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viernes, 22 de agosto de 2014

29 Congreso de Antropología en Brasil: Prostitución

 

 http://www.29rba.abant.org.br/trabalho/view?q=YToyOntzOjY6InBhcmFtcyI7czozNDoiYToxOntzOjExOiJJRF9UUkFCQUxITyI7czoyOiI4OSI7fSI7czoxOiJoIjtzOjMyOiJlNTY2Y2VlMzlmNWRmNDIzNjg0NGQyZDRiMjc5ZGNlNiI7fQ%3D%3D

040. Fronteiras e imaginários da prostituiçao

Coordenador/a: Soraya Silveira Simoes (UFRJ), Richard Parker (Columbia University)

A prostituição é atualmente, no Brasil, reduzida a objeto de acirrada disputa política por categorizações que se apresentam de maneira bastante polarizada. De um lado, a luta pelo reconhecimento profissional empreendida por ativistas; o reconhecimento na Classificação Brasileira de Ocupações, do Ministério do Trabalho, em 2002; e o trâmite, no Congresso Nacional, de um projeto de lei para o reconhecimento das relações de trabalho existentes. De outro, políticas internacionais que procuram estabelecer equivalências diretas e indistintas entre prostituição e diversas atividades condenadas que repercutem, aqui, em uma drástica redução das políticas públicas desenvolvidas através da ampla interlocução com os movimentos sociais. O GT Percursos de reconhecimento na prostituição, em consonância com a proposta dessa 29ªRBA – Diálogos Antropológicos: expandindo fronteiras – pretende reunir trabalhos que contemplem questões relativas aos muitos percursos de reconhecimento na/da prostituição nos mais variados contextos nacionais, internacionais ou fronteiriços, de modo a expandir a compreensão sobre os processos de reconhecimento da ocupação; das memórias que vêm sendo montadas; das justificativas que estão sendo construídas e acionadas; dos argumentos sobre os quais estas se fundamentam; dos agentes engajados na luta pelas definições das múltiplas atividades compreendidas como prostituição e, por conseguinte, das composições contemporâneas desse ofício, em suas múltiplas faces.

Programação


Sessão 1
Debatedor/a: Ana Paula da Silva
  • A construção de Fortaleza nas disputas morais e territoriais em torno dos mercados do sexo do Passeio Público e da Praia de Iracema Autores/as: Ana Paula Luna Sales
    Os mercados do sexo no Brasil são constituídos historicamente nas fronteiras entre legalidade e ilegalidade, configuração devida ao estatuto legal e social da prostituição neste país. Dentro desta conjuntura, observam-se atualmente dois movimentos legislativos contraditórios: por um lado, o reforço da visão criminosa das trocas-econômico sexuais, interpretadas como exploração sexual por alguns setores do Estado e da sociedade civil; por outro a atuação institucional de prostitutas e trabalhadoras do sexo organizadas pela descriminalização e regulamentação civil da atividade. Estas disputas, ainda que percebidas inicialmente no âmbito da política institucional, marcam as relações de poder nas experiências cotidianas dos mercados do sexo do Passeio Público e da Praia de Iracema, na região central de Fortaleza, Ceará. Estes espaços são investidos com os novos discursos e práticas disciplinares do comércio sexual, que justificam projetos de gentrificação em situações “perigosas” como o “turismo sexual” e a Copa do Mundo de Futebol. As retóricas da exploração sexual e do trabalhismo, contudo, são incorporadas de maneiras diversas pelos agentes nestes mercados, que têm em comum o interesse de legitimar suas práticas e resistir na ocupação daquele espaço urbano. As diferenças entre os dois contextos deixam antever a multiplicidade das estratégias empregadas, ligadas a diferentes instâncias de poder: enquanto que o primeiro é caracterizado por encontros entre mulheres e homens brasileiras/os, de baixa renda e com pouca escolaridade, que desde 2007 foram deslocados para o entorno do Passeio Público, no segundo observa-se uma grande diversidade de níveis sociais entre as mulheres e a nacionalidade estrangeira (colonizadora) como principal marcador masculino, que enquanto proprietários de boates e bares encontram meios sólidos de resistência às investidas gentrificadoras. Estas disputas se configuram no recorte a ser pesquisado na tese de doutoramento em Ciências Sociais, que se encontra na fase inicial. Neste artigo, tenho como objetivo específico relacionar as categorias de sujeitos nos dois contextos com as táticas empregadas em cada um deles para compreender a configuração atual dos espaços. Isto permite a percepção da multiplicidade das formas de agenciamento entre sujeitos, aqui inicialmente opostos entre “gentrificadores” e “resistentes”, nos mercados do sexo em contextos próximos, porém distintos. Neles as formas com que se travam disputas morais e territoriais por centralidades urbanas refletem os diferentes caminhos para a legitimidade, relacionados com a interseccionalidade dos marcadores sociais das diferenças incorporados.
  • Casas, de prostituição: notas sobre a dinâmica no bairro Jardim Itatinga Autores/as: Letizia Patriarca
    Pretendo trazer elementos da minha pesquisa de mestrado, realizada no Jardim Itatinga (Campinas – SP), sobretudo a partir da experiência de dar aulas de inglês para as profissionais do sexo. Desde setembro de 2013 elas ocorrem semanalmente e têm sido frequentadas por travestis; o que me possibilita um trânsito maior no pensionato que abriga cerca de 40 delas. Assim sendo, mobilizo uma perspectiva teórica de estudos de gênero que não concebe uma continuidade entre sexo, gênero e desejo e pelas práticas das travestis que sustentam minha pesquisa, tenho concebido suas experiências no contexto das profissionais do sexo. Contudo, é necessário também considerar parte da militância de travestis que não procura alocá-las como mulheres, indo de encontro com estudos queer que também contemplo. Logo, conforma-se interessante pensar os pontos de contato e afastamento entre a prostituição realizada pelas várias profissionais do sexo que encontro no bairro.
    A consolidação histórica e urbanística do Itatinga aponta para a centralidade das casas de prostituição, organizadas em diversos arranjos. Gerenciando estes estabelecimentos encontram-se, em sua maioria, as chamadas “donas de casa de prostituição”, o que abre a possibilidade de repensar as cafetinas, figuras caricatas e abominadas, de forma mais situada. De fato, diante da violência policial, que em outubro de 2013 sitiou o bairro por um final de semana inteiro, reforçou-se a hipótese da importância da descriminalização de agenciadores e estabelecimentos para a prática da prostituição. Meu material de campo, associado a proveitosas etnografias (evidencio só algumas: BARBOSA, 2010; BENEDETTI, 2005; OLIVAR, 2010; PASINI, 2000 e 2005; PELÚCIO, 2009; TEDESCO, 2008), traz indícios de relações complexas e dinâmicas, evidenciando a movimentação das profissionais do sexo – destaco que em Itatinga, ao se organizarem num ato que parou a Rodovia Santos Dumont, conseguiram que o bairro continuasse suas atividades, depois do abuso policial.
    Este episódio também aprofundou a importância de considerar a prática da prostituição neste bairro, estruturada por marcadores sociais da diferença - a saber: gênero, sexualidade, raça, classe e geração. Trata-se de um bairro periférico da cidade, ordenado por uma lógica quase que exclusivamente de homens que buscam por profissionais do sexo, de donas de casas de prostituição mais velhas, que normalmente já realizaram programas e/ou ainda os fazem, em contrapartida com cafetões, que só aparecem nos discursos de minhas interlocutoras. A intenção, portanto, é trazer elementos para contribuir com a crescente produção antropológica sobre prostituição, focando na dinâmica do bairro, no funcionamento de suas casas e articulando com minha experiência com as travestis na prostituição.
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  • Copa do Mundo Brasil 2014 e a preocupação nacional com o aumento da prostituição e/ou da exploração sexual de crianças e adolescentes durante os eventos desportivos Autores/as: Fernanda Maria Vieira Ribeiro
    A Copa do Mundo no Brasil tem trazido juntamente com a esperança de bons frutos para a economia do país, uma onda de insatisfação pela população em geral e por pessoas atingidas com os impactos da Copa nas cidades-sede que irão receber os jogos. Além disso, uma crescente preocupação com o aumento da exploração sexual de crianças e adolescentes pelos turistas que virão para o Mega-Evento. Estudos realizados durante as copas do mundo na Alemanha, em 2006, e na África do Sul, em 2010, identificaram o aumento do comércio do sexo ao redor dos estádios, evidenciando a preocupação com o aumento da exploração sexual e denunciando a falta de planejamento e controle dos Estados Nacionais com essa problemática. No Brasil, parece existir uma tensão entre os discursos de ONGs, entidades da sociedade civil e organizações de prostitutas em relação ao aumento do trabalho sexual ou da exploração sexual que a Copa do Mundo possibilitará.
    Em Recife, Pernambuco, identificamos três situações relacionadas à temática: primeiro, a falta de participação da Associação das Profissionais do Sexo em Pernambuco – APPS nas discussões do Comitê Popular da Copa, aonde o tema prostituição e exploração sexual vem sendo discutido por representantes de organizações da sociedade civil; diferentemente do que acontece na cidade de Fortaleza, Ceará, onde a Associação das Prostitutas do Ceará – APROCE tem representação no Comitê. Segundo, medidas de desapropriação e fechamento de bares e casas de prostituição que se localizavam na avenida principal da cidade de Camaragibe, Região Metropolitana do Recife, por onde passará o Ramal da Copa. E, por último, a lançamento de campanhas de publicidade pela Rede de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes em Pernambuco contra a exploração sexual de crianças e adolescentes antes e durante o período da Copa.
    Essa configuração é importante para compreender de que forma a questão da prostituição e da exploração sexual está sendo pensada e tratada no Estado de Pernambuco. A falta de participação das prostitutas no debate público, o pânico moral em relação à exploração sexual e as medidas higienistas e de controle do Estado em relação aos indesejados, revela um quadro preocupante e a necessidade de uma análise social frente a esse contexto. Pretendemos nesse artigo fazer uma análise dos discursos dos representantes das organizações de sociedade civil, representantes do governo e das próprias prostitutas para analisar as medidas que estão sendo tomadas em relação à realização da Copa do Mundo no Brasil e mais especificamente na cidade do Recife.
  • Helpless: Transformações no turismo sexual no Rio de Janeiro, 2009-2014 Autores/as: Ana Paula da Silva
    Co autor: Thaddeus Blanchette
    Talvez nenhuma cidade no hemisfério ocidental é tão associada ao sexo e turismo quanto o Rio de Janeiro - fato que tem ofendido muitos brasileiros e tem motivado recentes campanhas para "limpar" a imagem da cidade antes da Copa do Mundo 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Durante décadas, o coração da cena do turismo sexual do Rio de Janeiro estava concentrado na discoteca Help na praia de Copacabana. No entanto, em janeiro de 2010, a propriedade foi confiscada pelo Estado para dar lugar a um novo Museu da Imagem e do Som (MIS), que muitas autoridades municipais espera ser o centro de uma nova indústria de " turismo de família " na região. Aqui, analisamos as mudanças no sexscape carioca após o fechamento da discoteca e frente às novas campanhas anti-prostituição. Combinamos uma análise de fóruns na internet, utilizado por touristas sexuais, com pesquisas etnográficas nos locais sucessores da Help para apresentar um panorama do declínio do turismo sexual em Copacabana e a precarização do trabalho sexual na cidade do Rio de Janeiro.
  • Mulheres brasileiras e homens estrangeiros: a fluidez das performances no circuito do turismo sexual na cidade de Fortaleza. Autores/as: Rosana Lima Rodrigues
    Fortaleza, capital do estado do Ceará, situada no Nordeste do Brasil, é considerada uma das cidades com maior afluência de turistas no Brasil, e está inclusa dentro do chamado circuito do turismo sexual no país desde a década de 90 até hoje. O turismo sexual é comumente associado à prostituição e ao tráfico de mulheres, sendo por conta disso uma prática “mal vista” aos olhos da população em geral e combatido pelo estado através de políticas públicas. No entanto é preciso levar em conta que para além das simplificações que envolvem este fenômeno observamos que ele está inserido em uma complexa rede de relações sociais, sobretudo aquelas envolvidas pelos marcadores de diferença de gênero. É dentro desse cenário que iremos aproximar o olhar nessa dinâmica, apenas recentemente analisada pela academia. Muito embora Fortaleza seja inegavelmente uma cidade-palco do chamado “turismo sexual”, com considerável aumento no número de turistas do sexo masculino que vem à Fortaleza anualmente, oriundos, sobretudo da Europa, majoritariamente italianos e portugueses, acreditamos que esta cidade seja também palco do chamado “turismo afetivo”, que possui características e consequências diferentes da forma como comumente é visto o “turismo sexual”. Pensar o turismo sexual como objeto acadêmico é adentrar em terreno complexo, não apenas pela escassez de estudos, mas, sobretudo pelos estigmas reproduzidos pelos órgãos públicos que trabalham no seu combate, e que geralmente não levam em conta as mudanças provocadas pela pós-modernidade nas relações de gênero e nos novos acordos sexuais feitos num contexto onde estão presentes prostituição, romance, pobreza, exploração sexual infantil e interesses comerciais dos diversos ramos de negócios que envolvem o turismo como um todo. Se para o estado é possível combater o agenciamento da prostituição como crime, previsto na legislação brasileira, por outro lado ele não possui mecanismos de controle para enquadrar criminalmente as mulheres que circulam de forma voluntária pelo circuito do turismo sexual. Essas mulheres estão inseridas em um contexto relacional cujas performances envolvem objetivos diversos numa imbricação de relações afetivas, anseios de ascensão social e aspirações de imigração.
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Sessão 2
Debatedor/a: Laura Rebecca Murray
  • A construção do sujeito benevolente nas relações entre Pastoral da Mulher Marginalizada e as prostitutas do Parque da Luz na cidade de São Paulo Autores/as: Andreia Skackauskas Vaz de Mello
    Neste artigo pretendo apresentar o modo como, na prática, membros de uma organização da Igreja Católica, a Pastoral da Mulher Marginalizada, percebem a prostituição e se relacionam com as prostitutas que pretendem ajudar. Parto da ideia de que esta organização se apresenta para a sociedade como um sujeito benevolente necessário, que, para tanto, precisa construir o outro, neste caso a prostituta, enquanto uma “vítima” da prostituição. Essa Pastoral realiza um grande investimento ativo, esforçando-se para justificar a necessidade da sua existência diante de um sujeito que nem sempre parece disposto a se sujeitar e não se vê definitivamente como uma “vítima”. Procuro mostrar a partir da pesquisa etnográfica realizada no Parque da Luz, região central da cidade de São Paulo, a maneira como os(as) agentes da Pastoral são preparados para realizar a abordagem e como se aproximam das prostitutas. E ainda, tomando como referência as imagens que são produzidas pelos personagens que frequentam o Parque, apresento as distintas respostas de algumas prostitutas à ajuda oferecida.
  • Empreendedorismo, Gestão de Emoção e Prática Ética: Trabalhadoras Sexuais en Tijuana Alegando Respeitabilidade Autores/as: Susanne Hofmann
    Este artigo irá explorar como trabalhadoras sexuais por meio de discursos de empreendedorismo corporal, emoção gestão e contra-ética afirmam sua autoridade interpretativa sobre suas experiências vividas e criticam as noções denegrindo de trabalho sexual que circulam na sociedade.

    Minha pesquisa é baseada em 10 meses de trabalho de campo etnográfico na cidade fronteiriça mexicana de Tijuana. Pesquisando experiências de trabalhadoras sexuais migrantes na fronteira EUA-México , encontrei fortes narrativas de empreendedorismo, emoção gestão e prática ética no trabalho sexual.

    Em conversação comigo, as trabalhadoras sexuais enfatizaram suas técnicas de gestão de auto-exame, auto-inspeção e auto-gestão que aplicam aos seus corpos e emoções no ambiente altamente competitivo da indústria de sexo de Tijuana. Por isso, eu utilizo o conceito de empreendedorismo corpóreo ( Wacquant 1995, 1998 , 2001), para destacar os enormes níveis de disciplina, resiliência emocional, habilidade de gestão, resistência e determinação exigido por as trabalhadoras sexuais.

    Ao utilizar um discurso do empreendedorismo, as trabalhadoras sexuais neutralizam o estigma relacionado ao seu trabalho , escapam noções negativas do trabalho do sexo, e comunicam as pessoas de fora que elas são sujeitos moralmente merecedores e respeitáveis, desejando ser tratado como tal. Além disso, o artigo explora o significado e a relevância da emoção gestão no trabalho do sexo, que é um aspecto significativo do empreendedorismo sexual. Na indústria de sexo de Tijuana, o controle meticuloso de exibição de emoção tornou-se em uma expressão de profissionalismo e, portanto, um marcador importante de distinção entre as trabalhadoras do sexo.

    A parte final do meu artigo vai dedicar-se à contra-ética que as trabalhadoras sexuais desenvolveram em relação com a prática profissional do trabalho sexual. Prática ética do trabalho sexual foi equiparado a uma atitude profissional que incluía tanto uma mentalidade de serviço e colegialidade.

    Ao desenvolver a noção de trabalho do sexo bom ou profissional, as mulheres contrariaram as conceituações negativas da prostituição que ligam a profissão com identidade, marginalidade, atividade criminosa ou trabalho não qualificado. Em última análise, a contra-ética delas constituía uma demanda implícita para o reconhecimento da prostituição como um trabalho, apesar de não ser manifestado abertamente nestes termos.
  • Entre o “fazer direito” e “direitinho” Autores/as: Laura Rebecca Murray
    As forças econômicas e sociais que tem estruturado os discursos políticos reacionários e conservadores no Brasil também tem alterado as possibilidades e formas de ativismo entre organizações de prostitutas. Localizada na intersecção de políticas locais com a biopolítica, este artigo explora a forma pela qual organizações de prostitutas se relacionam com tecnologias biopolíticas de incorporação e como essas interações estruturam suas subjetividades como prostitutas e como ativistas.

    Baseado em trabalho etnográfico conduzido ao longo de um período de vinte quatro meses em Corumbá, Belém e Rio de Janeiro, a análise tem como pano de fundo as mudanças recentes em estruturas de financiamento e o aumento de regras e normas para o recebimento de financiamento e execução de projetos. As relações entre as organizações e as estruturas burocráticas que regulam sua participação, seja por meio de projetos, pesquisas ou conselhos, são examinadas como campos de protagonismo e resistência, ou em alguns casos, fracasso. Uma análise dos discursos de prostitutas e gestores ilumina a construção de identidades de ativistas na fronteira do “fazer direito”, como uma forma de promover direitos de maneira consistente com a ideologia da organização, e “fazer direitinho”, como tentativas de seguir as normas e leis burocráticas na expectativa de evitar problemas e captar recursos. Uma etnográfica comparativa entre os três contextos mostra que o ativismo decorrente não de iniciativa própria mas de projetos e interesses externos resultou na construção de subjetividades condicionadas ao apoio técnico e político de terceiros para sua sobrevivência. Em contextos repressivos e conservadores onde este tipo de apoio deixa de existir, organizações como a ONG em Corumbá desaparece; o fazer direitinho resulta numa submissão aos mecanismos de controle do estado. Por outro lado, organizações como as fundadas no Rio de Janeiro e Belém, que foram constituídas para contestar violência policial e demandar direitos laborais e sexuais de prostitutas, são mais resistentes institucionalmente aos efeitos nefários de mudanças em estruturas de financiamento e tendências conservadoras, criando alternativas para avançar suas demandas políticas.
  • O imaginário da prostituição entre mulheres indígenas portiguara e a re-significação de suas fronteiras no litoral norte paraibano Autores/as: Lívia Freire da Silva
    Pretende-se entender a, interação entre sexualidade, corpo, gênero e prostituição no contexto indígena Potiguara no Litoral Norte da Paraíba, em especial na cidade da Baía da Traição, localizada circulada por aldeias potiguara e com bastante fluxo cultural e de pessoas. A ideia inicial é entender a Prostituição e suas possíveis trocas, deslocamentos, circulação de mulheres de um estado ao outro como forma de reciprocidade e dinâmica presente nesse contexto. Nesse aspecto é possível perceber uma série de fatores referentes ao poder de agência dessas mulheres que se prostituem suas práxis corporais, negociações, artimanhas e diálogos entre o ambiente público e privado, entre o corpo dialogado para fins de prostituição e o corpo usado para as relações afetivas, as trocas conscientes entre favores sexuais e economia que terminam por abarcar trocas simbólicas e econômicas.
    A mobilidade presente no terreno da prostituição indagou-me uma série de questões referente à etnicidade, questões territoriais e econômicas que pretendo apontar e tentar entender as entrelinhas e os processos sociais presentes nas relações dos indivíduos presentes na região citada. Essa indagação acentuou no momento em que me deparei com as questões referentes ao dito e o não dito, segredos e deslocamento de mulheres que se prostituem entre aldeia e cidade, ou seja, as índias costumam a se prostituir fora das delimitações das aldeias, sendo assim os cabarés encontrados dentro da área de demarcação indígena não abrigam índias e sim mulheres oriundas de outras cidades, ao passo que as indígenas saem das aldeias para poder exercer a prostituição fora dos limites das aldeias para que os familiares, vizinhos e demais não saibam de suas práticas sexuais. Penso que esses fatores são cruciais para entender como a prostituição se configura dentro dessa região e sua ligação com questões de gênero e etnicidade.
  • Prostituição e Feminismo na França, uma etnografia de viagem Autores/as: Diana Helene Ramos
    Este artigo é fruto de meu estágio doutoral na École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris), financiado pela CAPES/PSDE, de março a outubro de 2013. Em minha pesquisa, participei de atividades realizadas pelo movimento organizado de prostitutas e acompanhei diversos blogs, publicações e livros produzidos por elas. Dessa forma, procurei reunir os argumentos e as ações das prostitutas francesas, sobretudo face a reafirmação da posição abolicionista do país em sessão da Assembleia Nacional, em dezembro de 2011.
    Na França, uma lei de 2003 conhecida como “Loi Sarkosy” (LSI - Loi de la Securité Interieure), criminaliza a prostituta de rua. Antes dessa lei, já era proibido abordar clientes em locais públicos de forma ativa (raccolage), e a partir de então tornou-se também proibido demonstrar intenção de oferecimento de serviços sexuais de forma passiva (por exemplo “vestimenta”). A partir dessa lei, o governo francês tem a cada dia arrefecido suas políticas abolicionistas em relação a prostituição. Uma importante defensora dessas medidas é a « ministre des droits des femmes », Najat Vallaud-Belkacem, que declarou em junho de 2012 o engajamento oficial do governo na luta contra a prostituição.
    No período de meu estagio pude acompanhar o debate em torno da proposição de uma nova lei abolicionista: a penalização dos clientes de prostitutas (« PROPOSITION DE LOI visant à responsabiliser les clients de la prostitution et à renforcer la protection des victimes de la traite des êtres humains et du proxénétisme »). A lei visa tornar crime o ato de se servir de serviços sexuais, com punição de 2 meses a 3 anos de detenção e 3.750 a 45.000 euros de multa, e foi proposta em 2012 pelo partido socialista, com apoio de grupos feministas franceses.
    As controvérsias que pude observar em torno dessa questão são muitas. Na França, o debate abolicionista da prostituição versus a sua legalização/regulamentação causa grande polêmica. A maior disputa é realizada pelo movimento feminista francês, majoritariamente de caráter abolicionista, que conta atualmente com influentes dirigentes no governo do país; e o movimento social das prostitutas francesas, pioneiro no mundo (iniciado em 1975) e a cada dia maior e mais organizado, principalmente de maneira a se proteger após a promulgação da “Loi Sarkozy”, em 2003. O artigo levanta como se dá esse embate, pautando suas possíveis implicações para o movimento organizado das prostitutas, para o feminismo e para a legislação em relação a prostituição no Brasil.
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  • Prostituição e ilegalismos: um estudo de códigos e condutas em casas noturnas de São Carlos-SP Autores/as: Domila do Prado Pazzini
    A prostituição no Brasil não é crime. Ao contrário, é uma ocupação de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações. O que é crime, no entanto, são algumas práticas de incentivo à prostituição. A manutenção da casa de prostituição, que é o objeto central desta pesquisa, é crime perante o Código Penal pelo fato do dono “explorar” o serviço de outra pessoa. No entanto a casa é um local seguro para as prostitutas que muitas vezes são criminalizadas pelo código moral dominante. Ou seja, ao mesmo tempo em que o Estado garante a condição de ocupação para a prostituta, criminaliza seu entorno e vitimiza essa mesma prostituta. As mulheres que se prostituem nesses contextos ilegais acabam internalizando, criando e recriando códigos de conduta. Esse trabalho busca entender como mulheres que se prostituem neste contexto lidam com os ilegalismos – considerando as questões legal e moral – em torno dessa prática.
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martes, 17 de diciembre de 2013

¿por qué las trabajadoras sexuales son apartadas del debate sobre la violencia contra las mujeres?

http://elestantedelaciti.wordpress.com/2013/07/20/por-que-las-trabajadoras-sexuales-son-dejadas-fuera-del-debate-sobre-la-violencia-contra-las-mujeres/

Por Kate Zen
http://www.policymic.com/articles/30812/why-are-sex-workers-left-out-of-the-violence-against-women-conversation
“Maté a tantas mujeres que me cuesta llevar la cuenta… Mi plan era matar a tantas mujeres que creyera que eran prostitutas como fuera posible… Escogía a prostitutas como mis víctimas porque eran fáciles de atrapar sin que nadie se diera cuenta.” 
—    Gary Ridgewood, el “Asesino de Green River,” 15 de noviembre de 2003, Seattle, Washington
En Noviembre de 2001, el asesino en serie Gary Ridgewood fue detenido al salir de la Fábrica de camiones Kenworth en Renton, Washington, donde había trabajado en silencio durante más de treinta años. Llevando una vida por lo demás normal, con su horario de trabajo de nueve a cinco, consiguió asesinar en su tiempo libre, sin que nadie se enterara, a más de 49 mujeres, casi todas prostitutas, y enterró sus cuerpos en las zonas boscosas que rodean Kings County, cerca de de donde vivía y trabajaba.
“Escogía a prostitutas como mis víctimas porque son lo que más odio y no quería pagarlas a cambio de sexo”, dijo Ridgewood a los periodistas del Seattle Post Intelligence. El hecho de que muchos de estos asesinatos pasaran sin ser descubiertos durante más de veinte años revela que Ridgewood no era el único sospechoso de estar cometiendo estos atroces asesinatos. La cruel actitud de la policía y los jueces hacia las trabajadoras sexuales y el odioso estigma que la mayoría de la sociedad lanza sobre este grupo marginalizado de personas, son la causa de cientos y cientos de muertes que pasan impunes y ocultos durante absurdos e inhumanos períodos de tiempo.
Aunque la prostitución es a menudo estereotipada como la “profesión más vieja” del mundo, las entre cuarenta y cuarenta y dos millones de personas que se estima que trabajan en esta profesión en todo el mundo siguen sin ser reconocidas como trabajadoras y carecen de los derechos laborales básicos. Según un estudio de enero de 2012 de la Fundación Scelles, tres cuartas partes de estos 40-42 millones tienen entre 13 y 25 años de edad, y el 80% de ellos son mujeres. La tasa de homicidios para mujeres prostitutas se estima que es de 204 por 100.000, según un estudio longitudinal publicado en 2004. Esto constituye una tasa de mortalidad ocupacional superior a la de cualquier otro grupo de mujeres que se haya estudiado.
Pero, a pesar de todo esto, no existe casi ninguna mención de la violencia contra las trabajadoras sexuales en ningún debate de derechos humanos en las Naciones Unidas acerca de la violencia contra las mujeres. La semana pasada, al cierre de la 57ª sesión de la Comisión sobre la Situación de las Mujeres en las Naciones Unidas, el Secretario General Ban-Ki Moon reafirmó el compromiso de hace siete años de la ONU de centrarse en combatir la violencia contra las mujeres hasta 2015:
“La violencia contra las mujeres es una odiosa violación de los derechos humanos, una amenaza global, un atentado contra la salud pública y un ultraje moral”, declaró Ban-Ki Moon, “Independientemente de dónde viva, cuál sea su cultura, cual sea su sociedad, todas las mujeres y niñas tienen derecho a vivir sin miedo”.
Pero, en palabras de la sufragista negra Sojourner Truth: “¿No soy yo una mujer?”
¿Por qué las trabajadoras sexuales no son parte del debate sobre la violencia contra las mujeres? Las trabajadoras sexuales son hijas, hermanas, madres y miembros de la comunidad que viven en tu ciudad, viajan en tus autobuses, comen en tus restaurantes, y leen en tus bibliotecas. Aunque una mayoría de trabajadoras sexuales son mujeres o se identifican como mujeres, muchos son también hijos, hermanos, padres y amantes. Gays, heteros, negras, blancas, altas, bajas, ricas y pobres, las trabajadorxs sexuales vienen de una variedad de diferentes extracciones, y se dedican al trabajo sexual por una variedad de razones diferentes. Algunas de ellas migran a través del mundo en busca de mejores oportunidades y algunas otras son víctimas de trata contra su voluntad. Algunas son adictas a las drogas y otras tienen títulos universitarios; estos dos grupos no son mutuamente excluyentes. Tú, o alguien a quien tú quieres, conocéis probablemente a un/a trabajador/a sexual; quizás has amado incluso a un/a trabajador/a sexual.
El estigma mantiene a este sector masivo en la clandestinidad, y también somete a las trabajadoras sexuales a violencia física impune por parte de clientes, empleadores y policía; así como a la violencia del aislamiento social y la vergüenza asumida. El estigma está en la raíz de las odiosas actitudes que perdonan el abuso y la impunidad, las leyes discriminatorias que mantienen en la clandestinidad al sector y las nocivas condiciones de trabajo que resultan de ocultarse en las sombras de la sociedad. De acuerdo con la socióloga Elizabeth Bernstein, la prostitución de nuestros días es un fenómeno muy diferente de lo que fue en el pasado. La tecnología de Internet, la globalización, la creciente disparidad de riqueza, la crisis económica, la deuda de los estudiantes y los cambios en las costumbres y representaciones sexuales, han jugado todos un papel en la cambiante naturaleza de este sector. La red ha hecho a la prostitución de calle menos visible en ciudades como San Francisco, a la vez que anunciarse online es cada vez más prevalente entre las trabajadoras sexuales de todo el espectro económico.
Lxs trabajadoras sexuales difieren mucho entre diferentes clases, razas y localizaciones —no existe una narrativa común a todas ellas. La suposición difundida por el bienintencionado movimiento antitrata es que la mayor parte de las personas que comercian con sexo son víctimas de trata, y están siendo forzadas a trabajar en contra de su voluntad y sus castas intenciones. Sin embargo, las  estadísticas usadas para probar esto no han sido todo lo consistentes o fiables que es necesario.
Para muchas personas, el trabajo sexual es un acto de autodeterminación y resistencia para luchar contra desigualdades más opresivas. A la vez que las trabajadoras inmigrantes se encargan cada vez más del trabajo emocional de cuidados a dependientes en las industrias de servicios de las ciudades globales, hay algunas que deciden dedicarse al trabajo sexual como una alternativa más lucrativa dentro de mercados laborales discriminatorios por razones de clase y género. El trabajo sexual es uno de los pocos sectores laborales en los que las mujeres son pagadas más que los hombres, y las madres pueden negociar a veces un horario flexible para cuidar a los hijos. Para una persona con una discapacidad o sin acceso a la educación superior, puede ser también el modo más pragmático de ganar dinero, con unas barreras de entrada relativamente bajas.
Para los clientes con una discapacidad, el trabajo sexual puede ser un medio asistido de explorar su sexualidad, como ha demostrado la trabajadora sexual australiana Rachel Wotton, que dirige una ONG de trabajo sexual con clientes discapacitados. A la vez que hay muchos trabajadores inmigrantes explotados, forzados a aceptar un trabajo mal pagado en malas condiciones para pagar los costes de la inmigración, también hay muchos estudiantes de ingresos medios, luchando por arreglárselas con sus deudas de estudiantes, su escasez de tiempo y el mal ambiente económico.  Lxs estudiantes universitarixs son una parte cada vez mayor de la población de trabajadoras sexuales en Inglaterra y Gales.
El rápido crecimiento del comercio sexual en las pasadas dos décadas está compuesto principalmente por personas de nuestra generación, incluyendo estudiantes de nuestras propias escuelas. Si este es tu caso: sal, Aspasia, sal. Juntos, podríamos hacer esto más seguro a los demás. Todas las personas implicadas en el comercio sexual se beneficiarían de una mayor comprensión y un menor estigma. Como sociedad, sólo podemos hacer frente a la violencia si estamos dispuestos a permitir que la realidad salga a la luz. La generación del milenio tiene la oportunidad de redefinir la manera como se percibe el trabajo sexual en el siglo veintiuno. Mientras hace furor entre bienintencionadas feministas y activistas antitrata el debate acerca de si la prostitución debería o no, idealmente, existir, yo no entraré aquí en el mismo. Se crea que la prostitución deberia eliminarse por completo o que a las trabajadorxs sexuales debería, por el contrario, dárseles derechos y protecciones laborales, no debemos empantanarnos en este momento en desacuerdos acerca de cómo pensamos que debería detenerse la violencia de género en el trabajo sexual.
Empecemos por tomarnos un momento para reconocer sencillamente que la violencia generalizada y estructural a través de la historia contra este silenciado grupo de personas es un asunto de derechos humanos. El trabajo forzado de todos los hombres y mujeres, desde los trabajadores del campo a los trabajadores de industrias clandestinas y esclavos sexuales, es injusto. Todos podemos estar de acuerdo en esto. Defender los derechos de las trabajadorxs sexuales no está reñido con luchar contra la trata; de hecho, según ha demostrado DMSC, el sindicato de trabajadoras sexuales de la India, con 60.000 mujeres afiliadas, las trabajadoras sexuales pueden ser los agentes más eficaces sobre el terreno en la lucha contra la trata sexual y la implicación de menores en la prostitución.
A la luz de los recientes acontecimientos que están aumentando la atención prestada a la violencia de género, desde las Naciones Unidas al One Billion Rising de Eve Ensler y a las manifestaciones del Día Internacional de las Mujeres, me gustaría ver a feministas y activistas de derechos humanos unidos en torno a unos pocos puntos con los que podemos estar todos de acuerdo:
Las mujeres todavía sufren de discriminación y desigualdad. Las que eligen el trabajo sexual son a menudo las que experimentan esta desigualdad más intensamente.
La desigualdad económica, la persistente diferencia salarial entre hombres y mujeres,  la diferencia por géneros en el acceso a la escolarización en muchas partes del mundo, el exorbitante coste de la formación y un sistema quebrado de deuda educacional, la todavía abrumadora responsabilidad femenina del cuidado de los hijos… estos son los temas en los que están trabajando las feministas.
Y estas son también las causas por las que las personas entran en el trabajo sexual, sea voluntaria o involuntariamente.
No las castiguemos más por las injustas condiciones que ellas no han creado.
El feminismo es para todas las mujeres, y los derechos humanos son para todas las personas. Nadie merece ser sometido a violencia.
Las personas que se dedican al comercio sexual hacen resaltar algunas de las más profundas contradicciones de la sociedad, las fracturas en los marcos de referencia que más apreciamos. Es una prueba importante de la fuerza y consistencia de nuestros marcos ideológicos: la prueba de si podemos o no hacerlos extensivos a los miembros más marginados de nuestra sociedad.
A la hora de unirse en la lucha contra la violencia de género, hagamos de 2013 el año en el que la violencia contra las trabajadoras sexuales llega por fin a la conciencia colectiva como un asunto de derechos humanos.
Kate Zen es feminista y activista de derechos humanos en primer lugar y, en segundo, antigua dominatrix y estudiante de ciencias sociales.
Incluir a todas las mujeres es una campaña para hacer visible la violencia contra las trabajadoras sexuales en el marco de la lucha contra la violencia de género dentro de la defensa de los derechos humanos de las Naciones Unidas.
IAwoman.org. “¿No soy yo una mujer?” está actualmente buscando activistas en los medios, investigadores y artistas para montar una campaña para incluir el tema de la  violencia contra las trabajadoras sexuales en la Comisión de la ONU sobre el Estado de las Mujeres que tendrá lugar en 2015.

domingo, 28 de abril de 2013

Los derechos del trabajo sexual se debate en University of New Hampshire



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John Huff/Staff photographer University of New Hampshire students of the Woman's Studies program listen as Program Coordinator for the Red Umbrella Project in New York City Emma Caterine talks about her organizations campaigns to end the use of condoms as evidence of prostitution in the state of New York.


DURHAM — All Kitty Stryker wants is to not be arrested, beaten or raped.

“I think that sums it up,” she said. “Precisely.”

Stryker was speaking to a room full of University of New Hampshire students participating in a mini-conference on sex workers sponsored through the school's Women's Studies program on Tuesday.

She, along with two advocates for sex workers' rights from New York City participated in a discussion, “No bad women: Just bad laws,” after students watched the movie Scarlet Road. The film is a documentary on an Australian sex worker who works with people with disabilities.

People in this business are looking for rights, whether that means their work is legalized, decriminalized or just to be shed in a better light.

Stryker is a sex worker living in San Francisco. She has also worked with clients in Boston and London, England. After becoming somewhat of an expert at social media when having to market herself, she became a lover of the Internet and now does community management for two television stations as a day job — and pornography on the side.


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John Huff/Staff photographer University of New Hampshire students of the Woman’s Studies program listen to Kitty Stryker, a sex worker, adult entertainment performer and sex worker rights activist from San Francisco, Calif., talks about legalizing and/or decriminalizing professional sex services.

“Porn is legal,” she said. “I don't have to worry about it.”

When she was providing sex to clients, which she still does, but not full-time, she said she would always make sure to receive two references before seeing the client.

She is not worried about getting arrested through advertisements she posts online, but is nervous that undercover police will try to book a session with her.

“They definitely can do that. They don't have to tell you they are a cop,” she said.

She said it is just a “matter of time” until she could possibly be taken to jail.

“I waive my privilege every day with every speaking engagement and activism that I do,” she said. “How much can I push my privilege and get away with things?”

Although prostitution laws differ from state to state, she said that generally states will arrest people who are willing to do certain acts for money and have that money exchanged.

In New Hampshire, a person is guilty of a misdemeanor if they solicit or agree to perform a sex act according to RSA 632-A: 1.

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John Huff/Staff photographer University of New Hampshire students of the Woman’s Studies program watch the movie “Scarlet Road” a documentary that follows Australian sex worker Rachel Wotton who specializes in clientele with disabilities at the Hamilton Smith Hall in Durham Tuesday.

Stryker was not forced into this work. Neither were any of the people on the panel during the conference at UNH.

Stryker said she enjoys watching her clients grow and become people who have the confidence to stop paying for sex and start engaging with women and eventually have girlfriends. She said this work has taught her to love her body, how to set boundaries and gain a closer relationship with her family.

“Having my parents accept my sex work was really valuable,” she said during a panel discussion Tuesday night.

Jordan Rondinone, a UNH student who also dances at TENS in Salisbury, Mass., said her family knows about her work in the sex industry, as well.

She said the “umbrella term” of sex work encompasses anyone working within the sex industry and that because she dances sexually she is categorized under it.

Rondinone has also danced in Massachusetts at the Gold Club, Golden Banana and Centerfold.

“I have also done prostitution,” she said.

While she, too, has seen positives in her work. She included the feeling of empowerment, the compliments, the control of those watching and the ability to make fast cash. But she said she also feels vulnerable, is at a higher risk for sexual harassment and is in an industry that does live “a very different lifestyle.”

She said forming friendships has been difficult and she has not been in an intimate relationship since she started dancing.

“I don't think people completely understand,” she said of her work. “Maybe it is almost a jealousy thing?”

Because it has been hard finding a social group, she found another outlet.

“I was in rehab, I'm a lot better now,” she said. “But this industry gets you so open to that and for a long time, I didn't have anyone close and that was what was close to me and still can be,” she said.

Isabella Beaulieu, who also sat on the panel at UNH as a former student who dropped out and moved to Seattle, said she too had a hard time making friends in the sex industry.

When she got to the west coast, she had difficulty finding a job. She decided to start dancing and really enjoyed the profession.

“There are so many stereotypes of sex workers being victims of being forced, but everyone's experience is so unique and so amazing,” she said.

Stryker said most of the time her job is “nice” and that she enjoys it.


“But sometimes it's crappy and I don't want to get up and I don't want to get dressed in some fancy femme drag. I don't want to deal with it,” she said. “Sometimes I have clients who are really annoying or they are really boring, like, that happens.”

She said because she is a sex worker advocate, though, and because she is vocal, she is not allowed to say she had a bad day.

“Ever,” she said. “Because if I have a bad day, then I'm proof that sex work is evil.”

Stryker said there is a war on the sex worker community, but that it is not just on them.

“It starts with us, it starts with me, but it is going to come to you,” she said to the crowd at UNH. “This is a war on all of us.”

She said the United States is too big, with too many different state laws, to try to think of a solution that would work to give rights to sex workers across the board. But, she said, certain laws, such as No Condoms As Evidence, need to be passed to protect everyone, not just people in her field of work.

Emma Caterine, the program coordinator for the Red Umbrella Project in New York City, said No Condoms As Evidence, a New York state bill, will stop police and prosecutors from being able to use the possession of condoms as evidence of prostitution. Right now, they are able to use that as a fact that a person is involved in sex work, which can lead them to being arrested.


“It's not illegal to carry condoms anywhere in the United States,” she said. “When you bring these sort of cases forward ... They'll be found not guilty. It's going to happen.”

Caterine said that laws like this are preventing some people to even carry condoms, which means they are not using them.

“I hope this is passed soon,” Jared Ringer, coordinator for the Hate Violence and Sexual Violence Programs at the New York City Anti-Violence Project said. “I wish it was passed years ago.”

Maureen Bradley, a University of New Hampshire student in the Women's Studies program, helped bring the panel to the school on Tuesday. She said the reason for the mini-conference was to bring awareness to the issues the sex workers face and give them attention while teaching students about the lack of rights the workers have worldwide.

http://www.fosters.com/apps/pbcs.dll/article?AID=%2F20130423%2FGJNEWS_01%2F130429780

lunes, 4 de febrero de 2013

La prostitución como punto de ruptura. Artículo de Andrea Peniche


Para el análisis que pretendemos hacer, es fundamental primero delimitar el concepto de prostitución que manejamos. Prostitución aquí, se entiende como el intercambio de servicios sexuales por dinero, llevados a cabo por mujeres que libremente eligieron esa profesión. Por tanto, en esta discusión, no tiene cabida la trata de personas, ni la prostitución forzada, ni la prostitución de niños y jóvenes. Esas prácticas son criminales y deben ser tratadas como tales.
Dentro del amplio campo del trabajo sexual, me detendré, solamente, en la prostitución heterosexual femenina, abogando por su legalización y reconocimiento como trabajo sexual.
Me impresiona el discurso abolicionista por reconocer en él una alianza extraña y peligrosa entre el conservadurismo puritano y misógino con algún tipo de feminismo e incluso, con alguna izquierda, pero no suscribo tampoco los discursos que celebran la prostitución. Para mi, la cuestión no es tanto si estos comportamientos son o no son políticamente correctos sino si de partida, y según parece, forman parte de las manifestaciones sexuales de algunas mujeres (o constituyen una forma de garantizar los ingresos necesarios para su supervivencia) y por tanto no tenemos derecho a condenarlos. Después de todo ¿por qué habríamos de hacerlo?... ¿porque no nos gustan?, ¿porque no nos convencen?, ¿porque va en contra de nuestras concepciones?... (1). Creo que el reconocimiento del trabajo sexual nos obliga, en primer lugar, a reconocer a las prostitutas como seres humanos con derechos, al mismo tiempo que nos "des-instalamos" del "confort" de la "moral burguesa", con la que, a pesar de todo, nos habituamos a convivir.
¿Podemos hablar las sometidas? (2)
La relación entre el feminismo y las prostitutas, en general, ha sido una no-relación o, en algunos casos, una relación tensa. El debate sobre la prostitución es heredero de los grandes debates acaecidos en los años 80 que enfrentaron a las feministas anti-pornografía con las feministas pro-sexo. El debate sobre la prostitución es, a mi entender y dicho de una forma simplificada, una prolongación de aquella discusión. Por un lado, tenemos a las feministas abolicionistas que ven a las mujeres prostitutas como víctimas del patriarcado, incluso ensayando una nueva normativa en relación con dicha expresión (3).
La consideración del feminismo conservador de que la prostitución constituye una manifestación del poder patriarcal y, por consiguiente, una forma de violencia de genero, coloca a las prostitutas en dos lugares distintos pero ambos despreciables. Por un lado las prostitutas son vistas como traidoras a la causa feminista, dado que destruyen todo el edificio teórico que sacraliza la sexualidad y la encierra en el espacio privado de la intimidad; mientras que, por otro lado, son percibidas como víctimas económicas y culturales, como mujeres que ejercen esta actividad solo porque no tienen otro remedio. Esta visión, a la vez condenatoria y salvadora, encierra a las prostitutas en el espacio de lo infra-humano y de la infantilización cognitiva: son contempladas, o bien como "viciosas", ejemplos de la degeneración de la relación sexual púdica, o bien como mujeres incapaces de tomar decisiones, dentro de las lamentables condiciones de su vida y de tomar el camino hacia una supuesta sexualidad feminista. Pero, yo me pregunto: ¿no es la sexualidad un campo de expresión personal que no debe de ser constreñido?; ¿no propone el feminismo una sexualidad liberada de las constricciones de la moral patriarcal?... ¿qué sentido tiene, entonces, sustituirla por otra normativa?; ¿qué lugar queda para la autonomía y para la libertad de las mujeres cuando se prescribe una sexualidad como la "adecuada"?. Por otro lado, tenemos a las feministas pro-sexo que defienden la búsqueda del placer y del disfrute sexual por la mujer, reconocen la existencia de grandes diferencias entre las mujeres a la hora de expresar su sexualidad y la necesidad de permitir -sin coerciones- las búsquedas personales. Todo esto redunda en una especie de proteccionismo benevolente: las prostitutas son víctimas de una situación económica que las obliga a "la mala vida" y, por consiguiente, la respuesta social debe ser capaz de prevenir su entrada en esa actividad, por un lado y redimir y rehabilitar a aquellas que ya estuvieran en ese mundo, por otro. En este imaginario conservador y "salvador", la decisión de continuar siendo prostituta es ilegítima; las "buenas" prostitutas deben antes confesar su arrepentimiento y pedir ayuda para "dejar la mala vida".
Curiosamente, el debate sobre la prostitución se realiza sin las prostitutas. Kate Millet decía que para discutir sobre la prostitución la única figura relevante era la de las propias prostitutas y que, sin su participación, el debate se convierte en una especie de escolástica.
Comprender como se ven ellas, cuales son las representaciones que hacen de sí mismas y del trabajo que ejercen, es un paso fundamental para abandonar el discurso heterónomo sobre la prostitución. Cuando las prostitutas se asumen a sí mismas y son reconocidas como sujeto de su propio discurso, lo que dicen desectructura las concepciones y los perjuicios que se crean sobre ellas y sobre su trabajo.
Escucharlas permite darse cuenta de que la gran mayoría percibe su actividad como un trabajo. No tienen baja auto-estima, no se ven como víctimas y tampoco sienten que su trabajo sea indigno (4). Si se sienten víctimas, no es por la actividad que ejercen sino por el estigma que las coloca en un lugar social de sometimiento, siendo este estigma, precisamente, el que da lugar a sentimientos ambivalentes hacia su trabajo.
Consideramos a la prostitución como un trabajo, una actividad que se puede ejercer de muchas y diferentes maneras. Pensamos que es muy importante distinguir entre aquellas que lo hacen obligadas por terceros de quienes lo hacen por una decisión individual. Aunque, obviamente, esa decisión esté condicionada por las circunstancias personales, como lo está todo lo que hacemos cualquiera en la vida. Para nosotros, la existencia de la prostitución tiene que ver, no solo con la situación de desigualdad de las mujeres respecto de los hombres, sino también con la pobreza, con las desigualdades Norte-Sur, con la sociedad mercantil, etc. Concebimos a las prostitutas dueñas de toda su dignidad y su capacidad para decidir sobre sí mismas y sobre sus condiciones de vida. Son, en definitiva, trabajadoras a las que se deberían reconocer los mismos derechos que tienen el resto de las trabajadoras. (5)
La ceguera epistemológica establece una dicotomía que coloca a las prostitutas en "otro" lugar, el de la transgresión de la norma, al mismo tiempo que afirma un "Nos" amputado, un "Nos" que no reconoce a las prostitutas como parte de la categoría mujeres, ni tampoco admite que haya prostitutas feministas. Un "Nos" portador de una sexualidad autorizada y que califica la transgresión de esa norma como "pecado patriarcal".
Las trabajadoras sexuales feministas no se sienten avergonzadas de su trabajo. De hecho, se sienten muy orgullosas de no sentir vergüenza y de haber superado tabúes y perjuicios sexuales. No consideran que nadie deba decidir por ellas y sobre si su trabajo es opresivo, perjudicial o humillante. (6)
Para mí, la prostitución nunca ha sido degradante porque siempre he creído que el sexo es algo positivo, ya sea hecho con amor o como un servicio. Cuando es algo que se hace consensuado es positivo. (7)
Así pues, el feminismo debe preguntarse sobre la forma en la que se reproduce la opresión; debe percibir la necesidad de integrar a las trabajadoras sexuales en el feminismo para que éste sea la suma de un proyecto emancipatorio donde tengan cabida todas las mujeres. En verdad, los derechos de las mujeres están inexorablemente ligados a los derechos de las trabajadoras sexuales, aunque solo sea porque el estigma de "puta" se usa para descalificar a cualquier mujer que manifiesta iniciativa sexual o económica.
A través del estigma se aísla a la prostituta y se crea una categoría, la de puta, que nos divide entre putas y no putas; asimismo, se aplica a aquellas que no entran en la categoría en sentido estricto, pero que pueden ser calificadas como tales por diversas razones: por el tipo de trabajo, por el color de su piel, por su clase social, por su sexualidad, por su orientación sexual, por una historia de abusos, por su estado matrimonial o, simplemente, por el estatuto de género. (8)
El reconocimiento del trabajo sexual como actividad profesional saca a las prostitutas del lugar "Otro" y las rescata para un "Nosotras" comprensivo y diverso. Disolver esta frontera permitirá la integración de las prostitutas en el movimiento feminista de la misma forma que obligará al feminismo a romper con la malla estrecha y conservadora de una moral que margina a las prostitutas del discurso y de la propuesta emancipatoria. De la disolución de  la frontera entre las mujeres "buenas" (Nosotras) y las "malas" mujeres (las Otras) debe emerger un nuevo sujeto social diverso y polifónico.
¿y si el género nos aprisionara?
Con frecuencia escuchamos caracterizar la prostitución como "el oficio más viejo del mundo". Esta caracterización sugiere un fijismo histórico que nada tiene que ver con la realidad.
Engels afirmaba que la familia no es una emanación divina sino un producto histórico que ha conocido diversas formas a lo largo de dos siglos. Lo que dice sobre la familia sería también valido para la prostitución.
A pesar de que la prostitución tiene forzosamente que tratar el aspecto de género, centrarse cuasi exclusivamente en él implica perder muchos elementos de una realidad contradictoria y de más complejidad. Por tanto, será necesario buscar en otros conocimientos y ampliar el horizonte de nuestra comprensión.
El papel y la representación social de las prostitutas ha variado a lo largo de las épocas: en la antigüedad era una actividad reconocida y sobre la que no pendía estigma de indignidad o victimización. Las Heteras tenia gran relevancia social y eran, incluso, las mujeres mejor instruidas en Grecia. Frecuentaban libremente el espacio público masculino, participaban en actividades reservadas a los hombres y eran formadas en escuelas donde aprendían literatura, filosofía y retórica. Aspasia, por ejemplo, fue una prostituta admirada por sus cualidades intelectuales.
La moral judeo-cristiana vino a imponer un control férreo sobre la sexualidad en general y sobre la prostitución en particular. Con la Reforma del siglo XVI, el puritanismo pasó a dictar normas sobre las costumbres y la moral. La acción conjunta de las Iglesias Católica y Protestante no acabó con la prostitución, pero la enterró bajo tierra condenándola a la clandestinidad. Fue con la llegada de la Revolución Industrial y el ascenso de la moral y de la familia burguesa, cuando la prostitución dibujó nuevos contornos.
Auguste Bebel, en 1879, afirmaba que a pesar de que la prostitución haya existido tanto en la Antigua Grecia y Roma como en el Feudalismo, es con el Capitalismo cuando se convierte en un fenómeno de masas . Incluso, presentaba datos para analizar la prostitución en términos de clase, explicando que la mayoría de las prostitutas lo eran debido a la pobreza y la necesidad, a pesar de existir una minoría que la practicaba por otras razones. "La prostitución se convierte en una institución social necesaria para la sociedad burguesa, como la policía, el ejercito, la iglesia y la clase capitalista". (9)
La división entre "mujer pública" y "mujer doméstica" es el resultado de la posición de sometimiento de las mujeres y una emanación de la familia burguesa que surgió del siglo XIX. El ideal burgués de familia implicaba esa dicotomía entre las mujeres: de un lado la esposa, mujer decente y virtuosa, sin sexualidad propia, sometida a un deber conyugal que no es recíproco, reina del hogar, de lo doméstico y de la maternidad legítima. Para los hombres, el complemento ideal de esta figura era la prostituta, su reverso: personificación del sexo –mujer viciosa- (…) y encarnación, si ese fuere el caso, de la maternidad ilegítima. En común, esas dos mujeres tienen el hecho de que ambas están al servicio del hombre. (10)
El matrimonio fue, durante mucho tiempo, contemplado como una relación económica de transmisión de propiedad y de tutela sobre las mujeres. Era un rito a través del cual estas pasaban de la tutela del padre a la del marido. La posición de las mujeres en este negocio era el de "socia minoritaria": sin poder, sin voz y sin voto. El matrimonio no era la consumación de una relación de amor sino la respuesta a la necesidad de garantizar la propiedad y salvaguardar su trasmisión, imponiendo para ello reglas de moral y de conducta diferenciadas: la monogamia femenina como forma de control sobre la legitimidad de los hijos-herederos y la tolerancia hacia la poligamia masculina. El matrimonio garantiza "(…) el sustento económico y la protección dados por el hombre a cambio del sometimiento en todos los aspectos y la asistencia sexual y doméstica gratuita dada por la mujer" (11), o sea, garantiza el monopolio sexual del hombre sobre su esposa, considerada de su propiedad, asimilando esta relación contractual al servilismo entre señor/amo y siervo, donde la sometida es totalmente destituida y privada de derechos morales, sociales, sexuales, políticos y legales.
El matrimonio-negocio revela como era entendida la sexualidad femenina: minima o inexistente, pura y marital. Las mujeres eran des-sexualizadas a favor del "hada del hogar" y de la procreadora. La prostitución es, por tanto, un territorio prohibido donde hay mujeres que practican y exploran su sexualidad; es el territorio de los placeres ilícitos: para ellas, que se transforman en seres sexuados, portadoras de deseo, y para ellos, que realizan sus inconfesables fantasías sexuales, sin poner en peligro su identidad social. La existencia de la prostitución representa, en ultima instancia, el reconocimiento cabal de la hipocresía y de la quiebra de la moral sexual burguesa.
Esta diversidad histórica y los discursos que surgirán, a través de la toma de palabra por parte de las prostitutas, muestran que la categoría de género, que ve en la prostitución una manifestación del dominio masculino sobre el cuerpo de las mujeres, es demasiado estrecha para comprender esta problemática en toda su complejidad. La opresión sexual no es la única interpretación posible de la prostitución. Las mujeres no solo tienen derecho a escoger libremente como usar de su cuerpo –sea interrumpiendo un embarazo no deseado, sea comercializando servicios sexuales- sino que también tienen derecho a reivindicar el placer o el sexo como una fuente de ingresos.
Desestabilizar la teoría
En el análisis de Engels, la prostitución es el resultado de la monogamia impuesta. Esta monogamia tiene una base económica y su finalidad es la transmisión de la propiedad y el mantenimiento del linaje. "La monogamia no aparece en la historia (…) como la reconciliación entre el hombre y la mujer y menos aún, como la forma más elevada de matrimonio. Al contrario, surge bajo la forma de esclavización de un sexo sobre otro, como la proclamación de un conflicto entre los sexos (…)". (12)
En la sociedad socialista está, para Engels, la respuesta del futuro: Allí las relaciones serán libres y emanarán del "amor sexual individual" (13), basado en la reciprocidad y en la igualdad de derechos. Este "amor sexual individual", que Engels generosamente anuncia como resultado de la liberación humana, no tiene, sin embargo, ningún respaldo histórico: no ha acontecido en los países de "socialismo real" ni en los países capitalistas que vivieron la segunda ola feminista. Así que, afirmar que el hombre nuevo y la mujer nueva que surgirán del socialismo, libres de los constreñimientos económicos impuestos por los matrimonios de raíz económica y liberados en todas sus expresiones sexuales, construirán una nueva sociedad donde la prostitución no tendrá cabida, y no porque sea reprimida sino porque no será necesaria, no deja de ser conmovedor y a la vez, pueril. Pero y sobretodo, no es bueno proyectar el problema hacia el futuro; debemos enfrentarlo ahora como es ahora y tener políticas concretas para personas concretas.
La imposición de la monogamia como relación autorizada explica, no solo la existencia y el papel social de la prostitución, como demuestra el que este precepto no sirve ni para los hombres ni para las mujeres: "Con la monogamia, aparecen dos figuras sociales constantes y características, hasta entonces desconocidas: el del inevitable amante de la mujer casada y el del marido cornudo. (…) El adulterio, prohibido y castigado rigurosamente, pero irreprimible, se convirtió en una institución social inevitable, junto con la monogamia y el heterismo" (14).
Esta constatación parece autorizar la conclusión de que las sociedades conviven bien con la hipocresía que envuelve las relaciones monógamas, ya sean de raíz económica o se asienten en el más profundo "amor sexual individual". Pero entonces, el problema de la prostitución no reside en que sean relaciones sexuales adúlteras, sino más bien en el hecho de que el sexo sea percibido como mercancía e intercambiado por dinero.
Del mismo modo que la mayoría de las transacciones en el capitalismo, la prostitución se basa en la compra-venta de mercancías o servicios. El sexo es pues convertido en una mercancía, en un bien de las mujeres. Como pregunta la prostituta Margot St. James, "¿Que parte del cuerpo es la que vende usted para pagar sus cuentas? ¿sus dedos de mecanógrafa? ¿Su voz de telefonista?¿El cerebro con el que piensa?... "(16).
Como muchos servicios e industrias productivas capitalistas, la prostitución adopta formas muy diversas, teniendo las prostitutas relaciones diferentes con los medios de producción y con los compradores de servicios sexuales. Muchas ven en la prostitución placer, la vivencia y la manifestación de su sexualidad; muchas otras la contemplan como una fuente de ingresos más. Si unas se realizan profesionalmente, las otras preferirían ejercer alguna otra actividad. Algunas son trabajadoras por cuenta propia y otras asalariadas. Una expresión muy común dice que "las prostitutas venden sus cuerpos". Sin embargo, como ellas explican, lo que venden son servicios sexuales, dado que, al final de la transacción su cuerpo no es propiedad del cliente. Como explicó el propio Marx, "el propietario de la fuerza de trabajo debe venderla sólo por un periodo definido, puesto que si tratase de venderla (…) de una vez por todas, estaría vendiéndose él y se convertiría al hombre libre en esclavo, de propietario de una mercancía pasaría a ser, el mismo, mercancía" (15). Una mercancía es, por lo tanto, el sexo o el servicio sexual y es el cliente quien paga un porcentaje a la trabajadora a través o no de la intermediación de un patrón. La mayor parte de ellas, trabajan de forma independiente, es decir: venden los servicios sexuales directamente. En su mayoría, son trabajadoras precarias y sin ninguna protección social. Sobre todas recae el estigma de la indignidad que las coloca al lado de la transgresión moral y se las desprecia como mujeres, fragilizando, en consecuencia, su posición, en la relación que establecen con los clientes. Sí, a veces, algunos clientes oprimen a las prostitutas, tratándolas de forma degradante y violenta, el Estado, al negarles la dignificación a través del reconocimiento de su trabajo y la protección laboral consecuente, lo hace sistemáticamente (17). El reconocimiento del trabajo sexual es, en ese sentido, la respuesta más justa para la vida concreta de estas mujeres. Sin embargo, ¿puede ser considerado el trabajo sexual igual que los otros trabajos?. Evidentemente que no, puesto que ningún otro trabajo es estigmatizado como la prostitución.
Una de las cuestiones que algunos sectores del feminismo y de la izquierda plantean es que, reconociendo derechos laborales a las prostitutas se está, implícitamente, reconociendo su actividad como legítima, cuando lo que se pretende es cuestionar el sistema patriarcal. Lejos de eso, lo que se pretende legitimar es a las mujeres, hasta ahora deslegitimadas por el trabajo que ejercen, y no al patriarcado.
La prostitución se confronta también con la organización social que prescribe comportamientos y protagonistas diferenciados para las esferas pública y privada (señalada como fuente de opresiones variadas (18)). La sexualidad femenina es, sin duda, una asunto de la esfera privada, del trabajo reproductivo. Ahora bien, si observamos la prostitución desde el punto de vista de las prostitutas y no desde el de sus clientes, percibimos que ellas atraviesan esa frontera: el sexo sale del espacio privado de la intimidad e invade el espacio público y el mercado. Juzgar ésta actividad como indigna sólo se entiende por la aplicación de una moralidad que se autoproclama como superior. Este escrutinio sobre la indignidad o dignidad de una profesión solo sucede con la prostitución. El hecho de ser mayoritariamente ejercida por mujeres y representar una vivencia y una experiencia sexual que escapan a los cánones de lo moralmente lícito, no parece que sea, desde luego, insignificante.
Aunque la creciente sexualización de la vida y de la cultura pudieran conllevar una mayor libertad en las costumbres de las sociedades actuales, sin embargo y paradójicamente, los discursos y los posicionamientos sobre la prostitución parecen anunciar precisamente lo contrario.
Luchar contra el estigma que la sociedad impone a las trabajadoras sexuales, reconociendo y legalizando su actividad es, en último análisis, desestabilizar la teoría y la idea de que existen "buenas" y "malas" mujeres en consonancia de cómo manifiesten su autonomía, sea sexual o profesionalmente. Es hora de dejar de "tirarle piedras a Geni"* porque ella no solo no está "hecha para aguantar"  sino tampoco es solo "buena para escupirla" (19).
*(N.d.T: frase sacada del estribillo de la canción de Chico Buarque: "Geni e o zepelim":
"…
joga pedra na Geni
joga pedra na Geni
ela é feita para apanhar
ela é boa de cuspir
ela dá para qualquer um
maldita Geni
…")


NOTAS:
1 - OSBORNE, Rachel (1989). Las Mujeres en la Encrucijada de la sexualidad. Barcelona: Lasal, Edicions de les Dones.
2 - Cf. SPIVAK, Gayatri (1988). "Can the subaltern speak". En NELSON, Cary e GROSSBERG, Lawrence (eds.), Marxism and the Interpretation of Culture. Londres: Macmillan.
3 - OSBORNE, Rachel (1989). Las Mujeres en la Encrucijada de la sexualidad. Barcelona: Lasal, Edicions de les Dones.
4 - OLIVEIRA, Alexandra (2011). Andar na Vida. Prostituição de Rua e Reação Social. Coimbra: Livraria Almedina.
5 - Hetaira - Colectivo en Defensa de los Derechos de las Trabajadoras del sexo. Disponible en: http://www.colectivohetaira.org/web/
6 - NICOLÁS, Gemma (2005). Planteamientos feministas entorno al Trabajo sexuales.
7 - ALMODOVAR, Norma Jean (1993). Cop to Call Girl: Why I Left the LAPD to Make an Honest Living as a Beverly Hills Prostitute. Nova Iorque: Simon & Schuster.
8 - OSBORNE, Raquel (2000). "En primera persona: las prostitutas, el nuevo sujeto de la prostitución". In Unidad y diversidad. Un debate sobre la identidad de género. Materiales para reflexión. Secretaría de la Mujer de la Federación de Enseñanza de CCOO..
9 - BEBEL, August [2009 (1a ed.: 1879)]. Woman under Socialism. Disponível em: http://www.gutenberg.org/files/30646/30646-h/30646-h.ht
10 - OSBORNE, Raquel (2000). "En primera persona: las prostitutas, el nuevo sujeto de la prostitución". In Unidad y diversidad. Un debate sobre la identidad de género. Materiales para reflexión. Secretaría de la Mujer de la Federación de Enseñanza de CCOO.
11 - PATEMAN, Carole, (1993). O Contrato Sexual. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
12 - Engels, Friedrich [1985 (1 ª ed: 1884.)]. El origen de la familia, la propiedad privada y el Estado. Río de Janeiro: La civilización brasileña. 13 - Ibid.
14 - Ibid.
15 - Marx, Karl (1887). El Capital, vol. 1, p. 88. Disponible en: http://libcom.org/files/Capital-Volume-I.pdf
16 - ST. JAMES, Margot (1989). In PHETERSON, Gail (ed.), Vindication of the Rights of the Whores. Seattle: Seal Press.
17 - MACHADO, Helena (2007). Moralizar para Identificar. Cenários da Investigação Judicial da Paternidade. Porto: Edições Afrontamento. En este libro, la autora concluye que la investigación judicial de la paternidad "es una interrelación compleja, híbrida y difusa entre el sistema de patriarcado, el poder judicial y científica" (p. 223). Las demandas son la expresión de un derecho absolutamente masculinizado y reafirma las desigualdades de género para operar por descalificación / o supresión de la dominación femenina, sobre todo cuando se trata de mujeres cuyas conductas sexual y reproductiva, no obedecen al marco jurídico y social ideal de la mujer (que debería ser fiel, casta y limitar su actividad al espacio privado).
18 - Cf. FRASER, Nancy (1992). "Rethinking the public sphere: a contribution to the critique of actually existing democracy", In CALHOUN, Craig (ed.), Habermas and the Public Sphere, Londres: MIT Press.
19 - Buarque, Chico (1979). "Geni  e o Zepelim". En Opera do Malandro.

Andrea Peniche es miembro del comité de redacción de la revista portuguesa Virus, editada por el Bloco de Esquerda.
Traducción para www.sinpermiso.info: Lola Rivera

sábado, 27 de octubre de 2012

Adela Asua se posiciona en el debate de la prostitución como Magistrada del TC y Catedrática de Derecho Penal


Importantes declaraciones de Adela Asua, en contadas ocasiones, se puede oír hablar con propiedad. Sin demagogias, sin ideologías.  He subrayado lo que considero  destacable  de su aportación.
En la actualidad, la mayoría de personas que ejercen la prostitución lo está haciendo por cuenta ajena. Realmente prostitutas y prostitutos autónomos somos una minoría y de esa minoría muchas/os, permanecen ocultos debido al miedo a la discriminación y al estigma esa es la realidad, además piensa en términos temporales, pocos años. Y aunque cada vez somos más las personas que damos la cara y hablamos en primera persona lo cierto es que lo tenemos muy muy difícil.
Sería necesario que además de las personas autónomas, las que están ejerciendo la prostitución en clubs y pisos se implicaran y si ya en personas autónomas es difícil, (de momento sólo hay pequeñas asociaciones única y exclusivamente de trabajadorxs sexuales) en estos casos es una utopía, ya que para eso hay darles a conocer el debate que prácticamente todas ellas desconocen.
Los que si tienen más fuerza son los empresarios asociados (ANELA) dueños de prostíbulos que hacen ingenierías legales  para abrir sus establecimientos mientras arremeten contra los pisos y denuncian que se publicitan en la prensa, y no tienen en cuenta los derechos fundamentales de las personas que se prostituyen, solo contemplan lo que sería el tema fiscal. Ellos mismo están abriendo establecimientos para lucrarse con la prostitución de terceras personas y también se anuncian en prensa y en carteles gigantes de publicidad en sitios estratégicos como en las propias carreteras, salidas de aeropuertos y estaciones de trenes, 
Adela resalta mucho la diferencia entre forza a la persona y la decisión personal y dice que ojalá no se llamara prostitución a la prostitución forzosa sino simplemente AGRESIÓN SEXUAL, para poder diferenciar bien, tal y como comento yo siempre, todo lo que es forzado no debería considerarse prostitución para poder distinguirlo bien, de la misma manera que cuando se trata de menores se considera trata, no prostitución de menores ni infantil es importante, muy importante la alfabetización y delimitar el significado de cada concepto.
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Adela Asua, magistrada del Tribunal Constitucional y catedrática de Derecho Penal de la UPV, considera que se debe distinguir entre la prostitución realizada en el «ejercicio de la libertad» de la que supone una explotación para «abrir un debate sobre su regularización». Una actividad que, en la actualidad, se encuentra en un «limbo legal» en el Estado. Asua participó ayer en la facultad de Derecho de Donostia en el IV Simposio de la Red de Estudios de Género y Tradición Jurídica Romana, que abordó la prostitución en clave histórico-jurídica. El simposio continúa hoy en Bilbao.
- Se dice que la prostitución es una de las profesiones más antiguas del mundo. Si es tan antigua, ¿cómo es que no se ha regulado en la mayoría de los países?
- La prostitución es el oficio más antiguo del mundo, cierto, pero la prestación sexual con entrega de precio a lo largo de la historia ha tenido distintas manifestaciones. Por ejemplo, en el simposio, el profesor Jose Ángel Tamayo nos ha explicado cómo se concebía la prostitución como oficio sagrado en la época del Código de Hammurabi, en la antigua Mesopotamia. El precio se entregaba a los dioses. Era una prostitución con un estatus muy considerado. Frente a esta existe otra prostitución que sí se ha considerado como una maldición o que ha ido acompañada de estigma.
- ¿Pero por qué no se ha regulado en la mayoría de países?
- Se ha regulado históricamente multitud de veces. En el medievo, por ejemplo, la prostitución estuvo muy regulada respecto a dónde podía practicarse, que era fuera de la ciudad; qué signos distintivos portaban las prostitutas para que se les reconociera como, por ejemplo, unas sayas con picos amarillos que se vieran por debajo de la falda... De ahí viene el dicho 'Tras los picos van los chicos'. Hoy en día está regulada en muchos países. Aquí hubo un proyecto de ley catalana para regularla como un trabajo, con derecho a la seguridad social. Pero la regulación depende de la conceptualización de qué es la prostitución.
- ¿A qué se refiere?
- Que es muy importante hacer distinciones. Por un lado, está la prestación de servicio sexual en el ejercicio de la libertad de la persona que los presta. Esta es una prostitución desarrollada con libertad en la que se ejerce la autonomía de la voluntad. Y aquí podemos discutir, porque para algunos es degradante. Todo lo demás está prohibido, es decir, aquella imposición forzada a personas para realizar actos sexuales contra su voluntad aprovechándose o abusando de su vulnerabilidad o su precariedad. Son cosas totalmente distintas. Todo aquello que vaya contra la dignidad de las personas y su libertad es algo prohibido. Ojalá no se llamara prostitución sino simplemente agresión sexual.
- ¿Cuál es la situación legal de la prostitución en el Estado?
- Dejando claro que hay una práctica prohibida en el Código Penal y que es delito, con el resto, en el que se ejerce la autonomía de la voluntad, nos encontramos en una no regulación. No está prohibido; está permitido pero queda fuera del campo del derecho. Por eso hay grupos de prostitutas que piden que se regule como actividad, que paguen sus impuestos, tengan cobertura sanitaria y seguridad social. Ese es el debate en estos momentos.
- ¿Hay un limbo legal?
- Sí, hay un limbo legal. Cuando algo no está bien regulado en derechos fundamentales se favorece que esa actividad esté próxima a la clandestinidad y se asocie y se confunda con otras prácticas que puedan estar en el ámbito penal. Es complejo porque en este campo confluyen muchos estereotipos, tópicos y estigmas sobre las personas que libremente ejercen la prostitución. La clave es diferenciar entre quienes lo practican libremente y quienes no.
- ¿Qué derechos tienen las personas que actualmente ejercen la prostitución en España?
- Laborales y sociales no tienen. Otra cosa es que aparezcan dadas de alta en la Seguridad Social como si fueran empleadas en un bar. Además, estas mujeres pueden estar dadas de alta de autónomas pero con otro nombre de actividad. Tienen que encubrir su verdadera actividad para poder estar registradas como personas que desempeñan un trabajo, ya sea como autónomas o por cuenta ajena.
- ¿Cree que se debería regular la prostitución en España?
- Para que se pueda regular creo que tiene que haber un debate. Tiene que calar en la opinión pública y en la mentalidad la idea de que el respeto a la dignidad de las personas, su libertad y su dignidad puede estar por encima de ciertos prejuicios. En todo caso, depende en qué términos se haga esa regulación, porque podría tratarse de una regulación que lo prohibiera.
- ¿Qué beneficios traería la regulación para las prostitutas?
- En la tutela de derechos sociales y sanitarios puede ser positivo. Lo que sería bueno es que se clarificara y se eliminaran ciertos prejuicios respecto a la forma de regulación. Se debe abrir un debate riguroso para clarificar el ejercicio autónomo de la libertad y la posibilidad de regularlo en esos casos distintos a los que se ataca a la libertad de la persona.
- ¿Qué inconvenientes tiene que siga sin regularizarse?
- Toda actividad que queda fuera de las reglas del derecho crea inseguridad y desprotección. Con una regulación se podría proteger, pero habría que ver cómo se hace. Todo lo que sea reconocer derechos laborales y sociales está bien pero tiene que ir en consonancia con un debate previo social y parlamentario.
- ¿Y cuál es la solución? ¿Seguir como hasta ahora o hacer algún tipo de regulación?
- El legislador y la opinión pública tiene que tomar posición. Pero si aquellos que tienen interés en que se regule no tienen ni fuerza, porque su voz no se oye, va a ser difícil conocer cuál es la posición de estas personas. El problema de toda actividad que se realiza en la opacidad es que es complicado conocer el alcance de sus problemas. El de la prostitución es un tema que crea debate y voces bruscas y airadas, por eso se elude el debate.
- Pero mientras tanto sigue habiendo personas que ejercen la prostitución sin derechos...
- Es una actividad que socialmente se ha considerado contraria a las buenas costumbres pero, por otro lado, también se cree que es una actividad que lesiona el prestigio de las mujeres o que reproduce estereotipos de sumisión sexual. Estamos en esa discusión, sobre la valoración social de si debe ser permitida o debe ser una actividad que tiene que quedar excluida.
- Si se regula, habrá voces que digan que se da carta legal a una profesión que denigra ala mujer...
- Incluso dentro de grupos feministas hay quienes piensan que sería legalizar tratos degradantes a la mujer. Otros grupos feministas, en cambio, creen que la degradación no está en el hecho de que se ofrezcan servicios sexuales con precio sino en la sumisión a una tercera persona sin libertad. La clave es la autonomía y la decisión libre. El legislador no toma una posición porque sabe que es un tema difícil. Y como al final el grupo de personas que están en la prostitución es una minoría no muy bien vista, quedan fuera de la agenda política.
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