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lunes, 1 de septiembre de 2014

XIII Congreso de Antropología de la FAAEE. Presentación de varios comunicados que abordan realidades de prostitución


 Me complace comunicar que esta semana presento un comunicado en este Congreso de Antropología.
Es un trabajo realizado conjuntamente con Isabel Holgado, titulado "De amores y sexo de pago:desvelando otras relaciones en el ámbito de la prostitución" en el Simposio, S3, el día 3 de septiembre:

http://wwwa.fundacio.urv.cat/congressos/congres-antropologia/programa-es

Así mismo, se presentan dos trabajos más.

Muchas gracias

martes, 22 de octubre de 2013

¿la prostitución es un trabajo?

 http://thetgpost.com/index.php/libros-y-algo-mas/puntos-de-vista/24154-la-prostitucion-es-un-trabajo

En el marco de unas jornadas organizadas por el Programa de Género de la Universidad Nacional del Litoral (UNL) Agustina Iglesias Skulj estuvo en Santa Fe para presentar su último libro La trata de mujeres con fines de explotación sexual. En una entrevista  con Diario UNO comentó sobre la necesidad de diferenciar explotación sexual  del trabajo sexual. Pero esto remite a una discusión dentro del mismo movimiento de mujeres: ¿Es la prostitución un trabajo?
Agustina Iglesias Skulj
Iglesias Skulj comentó que empezó a investigar sobre la trata preparando su tesis doctoral sobre la teórica protección de los Derechos Humanos. Para ella “la identificación que se hace entre el trabajo sexual y la trata de personas conduce a que las políticas que se piensan sean insuficientes y que produzcan mayores niveles de indefensión para las mujeres a las que se intenta rescatar”.  En la realidad “hay chicas que prefieren o no tienen inconveniente en contratar su fuerza de trabajo a una persona que les mantiene el lugar, se los alquila o que les cede” y tener en cuenta esto permitiría la correcta aplicación de las políticas.
Pero qué es la trata y por qué la autora la diferencia de la prostitución. La trata es un medio para la explotación sexual y ella lo define correctamente en su libro: “es un proceso con acciones como reclutar, ofrecer, captar y transportar con engaño o violencia y con la finalidad de explotar”. Ahora cabría decir qué es explotación ya que Skulj considera que no todos los casos serían de explotación y que por lo tanto es un problema que el Código Penal, tras la reforma del 2012, no dé lugar a la idea de consentimiento.
En realidad la explotación sexual es una forma de sometimiento de mujeres, trans, niñas y niños a cualquier tipo de actividad sexual donde media un intercambio; dinero, vivienda, seguridad en la calle, etc. Pero incluso cuando no hay proxeneta existe alguna figura que se aprovecha de esa situación de vulnerabilidad, como por ejemplo la policía. Al no comprender en qué consiste la explotación sexual, el problema de la prostitución pasaría a ser un problema de forma porque puede ser un “trabajo sexual autónomo” donde se pueden elegir los hombres con quién negociar, las prácticas a realizar sin ningún tipo de coerción, etc. Cuando está demostrado que no hay un poder de decisión en las personas que ejercen la prostitución por la situación económico social en la que se encuentran.
Otro punto de discusión es la abolición de la prostitución. Skulj  sostiene que quienes plantean esto “reproducen la lógica patriarcal de la división entre la buena mujer y la puta” mientras “quienes trabajan en la calle sufren diferentes tipos de violencias por la clandestinidad y por la situación de ilegalidad”. Sin embargo las abolicionistas coinciden que existe en la sociedad una doble moral sólo que ambas niegan manera igual y total la libertad sexual de la mujer. Por un lado se tiene una mujer que da hijos (y sólo sirve para eso) y por otro una mujer a la que se le puede exigir lo que se quiera porque se compró su cuerpo. Porque la primer violencia que se ejerce es la explotación sexual misma.
Al tratar de sacarle la carga negativa a la prostitución y plantearla como  otro modelo laboral no presenta el problema en su carácter real para poder generar la emancipación contra toda forma de violencia ni el ejercicio libre de la sexualidad de mujeres, varones y trans.
Natalia Robledo

martes, 3 de septiembre de 2013

Uma breve história do feminismo abolicionista e de sua cruzada contra a prostituição. Por Marcos Visnadi

Uma breve história do feminismo abolicionista e de sua cruzada contra a prostituição. Por Marcos Visnadi

Em um artigo de 1913, a escritora e jornalista inglesa Rebecca West (1892-1983) ironizou ataques em forma de confusão conceitual contra o feminismo: “Eu mesma nunca consegui descobrir o que é, precisamente, o feminismo. Só sei que as pessoas me chamam de feminista sempre que eu expresso sentimentos diferentes dos de um capacho ou de uma prostituta”.

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Na coluna O Cérvix da Questão da revista Geni número zero, Clara Lobo faz uma pergunta: “Como meninas de nove, dez anos conseguem identificar e punir vagabundas?”. Vou tentar responder um pouco essa questão neste texto, mas aqui não vou falar do machismo que mulheres não feministas reproduzem, e sim do machismo existente dentro do próprio movimento feminista.

Epa, espera aí! Machismo feminista? Bem, antes de mais nada, vale lembrar que o feminismo não é um partido político com um programa único nem tem uma carta de intenções a ser apresentada sempre que alguém perguntar “mas, afinal, o que quer o feminismo?”. O movimento feminista vem se construindo há pelo menos três séculos, digamos, desde que Olympe de Gouges escreveu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, em meio à Revolução Francesa e em resposta aos homens que queriam revolucionar absolutamente tudo – desde que ninguém mexesse com a submissão forçada da mulher.

Mas, afinal, o que quer o feminismo?

Basicamente, é disso que o movimento feminista trata, em qualquer parte: o fim da desigualdade entre homens e mulheres. E, enquanto o feminismo é um movimento de emancipação política, o machismo é a estrutura de dominação que sustenta essa desigualdade. Por isso, machismo e femininismo, apesar da semelhança morfológica, não são opostos conceituais. O primeiro é um sistema; o segundo, uma ferramenta para parar as engrenagens desse sistema.

Então o machismo está em toda parte, é prévio à nossa vontade e o reproduzimos sem perceber, até que adotemos voluntariamente posturas que o interrompam, que o desmontem e que rompam com a opressão de gênero. Ou seja, posturas feministas.

Os vários grupos e ramos do femininismo encontraram diferentes jeitos de lutar contra a opressão. Às vezes, esses jeitos são contraditórios entre si. Hoje em dia, por exemplo, há mulheres feministas que não admitem que homens façam parte dessa luta; há outras, contudo, que acham que qualquer pessoa pode aderir ao feminismo, pois este é uma luta política, não um dado biológico. Eu, que até agora tenho sido homem e feminista, obviamente concordo com o segundo grupo.

Mas esse é só um dos muitos exemplos de discordâncias internas que existem dentro desse movimento (e de qualquer outro, ainda bem, porque é na diversidade que crescemos, não é?). Mulheres negras e mulheres brancas sofrem o mesmo tipo de opressão? Mulheres transexuais são iguais a mulheres cissexuais? Mulheres de países árabes são mais oprimidas que mulheres de países cristãos? E as mulheres que se prostituem, são mais exploradas que as outras? A cada uma dessas questões, ativistas dão respostas muitas vezes divergentes, que merecem ser conhecidas e debatidas.

Especificamente com relação à prostituição, uma corrente de pensamento é pouco conhecida, mas dá muito pano pra manga, e seus argumentos às vezes são utilizados sem que as pessoas saibam de onde vêm. Trata-se do feminismo abolicionista.

Prostitutas na ilha da rainha

O termo remete à Federação Abolicionista Internacional, fundada na Inglaterra em 1875, quando vigoravam naquele país as Leis de Doenças Contagiosas (LDC), que obrigavam prostitutas a ser examinadas por médicos que, se constatassem alguma doença sexualmente transmissível (DST), poderiam submetê-las a uma internação compulsória de até três meses.

Essas leis, instauradas em 1864, foram feitas com a desculpa de conter epidemias de DSTs nas Forças Armadas inglesas, mas revelaram o estado de dominação a que as mulheres estavam submetidas na sociedade britânica: qualquer uma podia ser detida pela polícia, acusada de ser prostituta. E, como é de se imaginar, as punições eram destinadas apenas às mulheres, já que um homem com DST não sofria qualquer tipo de censura. Um depoimento da época mostra o estado de terror instaurado contra as mulheres:

“São os homens, e só os homens, do primeiro ao último, com quem nós temos que lidar! Para agradar um homem eu errei, no começo, e depois fui passada de um homem para outro. Policiais homens põem as mãos em nós. Por homens nós somos examinadas, manipuladas, medicadas e ordenadas. No hospital, é de novo um homem quem reza e lê a Bíblia para nós. Nós somos levadas diante de magistrados que são homens, e nós nunca nos livramos das mãos dos homens”.

As principais vozes contra as LDC se reuniram, em 1869, para formar a Ladie’s National Association (LNA), grupo que lançou, em 1870, um manifesto que daria o tom da oposição a essas leis:

“A lei enquadra ostensivamente uma certa classe de mulheres, mas, para atingir essa classe, todas as mulheres que vivem nos distritos onde vigora são submetidas a ela. Qualquer mulher pode ser arrastada até a corte e obrigada a provar que ela não é uma prostituta comum. O magistrado pode condená-la se o policial jurar que possui ‘bons motivos para crer’ que ela é uma prostituta. (…) Mulheres presas sob falsas acusações têm se aterrorizado a tal ponto com a ideia de ir ao julgamento público necessário para provar sua inocência, que têm, intimidadas pela polícia, se despojado de sua reputação e de sua liberdade, comprometendo-se com o que se chama ‘submissão voluntária’, apresentando-se periodicamente para exame médico por 12 meses”.

Assim, a LNA ganhou força ao argumentar que as Leis de Doenças Contagiosas não restringiam apenas a liberdade das prostitutas, mas a de todas as mulheres. No entanto, a argumentação que segue não se centra na liberdade das mulheres, prostitutas ou não, mas na condenação moral da prostituição. A LNA ataca não só o cerceamento às mulheres, mas também – e principalmente – a legalização da prostituição, que a lei acarreta.

“Mulheres que, por temor à prisão, foram induzidas a registrar-se como prostitutas comuns, agora seguem com seu ‘comércio’ sancionadas pelo Parlamento; e as casas onde elas congregam, contanto que os médicos do governo estejam satisfeitos com a saúde de suas internas, gozam, praticamente, de uma proteção tão completa quanto uma igreja ou uma escola.”

O prostíbulo e a igreja

As Leis de Doenças Contagiosas foram enfim revogadas no ano de 1886. Por um lado, isso representou um avanço para a organização das mulheres na Inglaterra, e as feministas britânicas ganharam projeção no resto da Europa e também nos Estados Unidos. Por outro lado, no entanto, elas continuaram sua cruzada moral contra a prostituição.

Uma das principais ativistas desse período, Josephine Butler (1828-1906), fundadora da LNA e da Federação Abolicionista Internacional, empenhou-se particularmente nessa cruzada. Burguesa, vitoriana, cristã devota, Butler advogava pela educação moral, pela castidade (particularmente a das mulheres) e pela extinção do “vício da prostituição”, como nestas palavras dirigidas por ela ao Conselho Internacional de Mulheres em Washington, em 1888:

“Não só temos visto (…) homens e mulheres de muitos idiomas unindo-se para pedir e trabalhar pela abolição da prostituição regulamentada – e, com isso, para finalmente abolir a prostituição ela mesma –, mas temos visto cidades inteiras (…) reconhecendo o crime que cometeram diante de Deus (…)”.

Josephine Butler é um exemplo de como a luta feminista, impregnada de pressupostos patriarcais, pode distorcer-se a ponto de reafirmar estruturas de dominação, em lugar de rompê-las. Não por acaso, o grupo de Butler tinha apenas mulheres burguesas e cristãs como membros, e excluía as prostitutas, considerando-as praticantes de um vício a ser controlado.

Foi só a partir dos anos 1970 que, em vários países – e associando-se internacionalmente –, prostitutas começaram a organizar seus próprios movimentos, reivindicando não a abolição, mas a legitimidade de seus trabalhos. O argumento base delas é o mesmo de boa parte de outras reivindicações feministas (como a legalização do aborto e a liberdade sexual): a mulher é livre para decidir o que fazer com seu próprio corpo, não devendo estar submetida à vontade da Igreja, do Estado, dos homens – ou mesmo de outras mulheres.

Puta não é capacho

No Brasil, a maior representante da luta pelos direitos das prostitutas é Gabriela Leite, que dá nome ao projeto de lei do deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) que regulamenta a atividade dxs profissionais do sexo. Gabriela foi uma das primeiras a dar dimensão política à sua profissão, desmistificando os discursos de vitimização, herança do femininismo abolicionista, que tratam a mulher que se prostitui como vítima da vontade alheia, e não como sujeito de sua própria vontade.

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Hoje, cem anos após Rebecca West ter escrito que ser feminista é diferente de ser um capacho ou de ser prostituta, já pudemos ouvir muitos discursos feministas de mulheres que se prostituem. Acho que metade da fala de West, contudo, ainda pode ser aproveitada: para qualquer mulher, ser feminista é expressar sentimentos diferentes dos de um capacho. Porque, para o machismo, qualquer mulher que não se submeta é, potencialmente, uma… puta.

Gabriela Leite, num discurso na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, comenta o uso pejorativo do termo: “Puta, para as pessoas, é nada, não chega nem a ser mulher. E eu gosto muito da palavra puta, porque eu quero que um dia essa palavra se torne uma palavra bonita. Porque você não faz movimento nenhum se escondendo embaixo da mesa”.

Sem se esconder embaixo da mesa – ou do capacho –, prostitutas têm posto em xeque diversas premissas de um feminismo ainda arraigado em heranças patriarcais. Retomando a questão de Clara Lobo, eu diria que punir vagabundas e tentar salvá-las de sua vagabundice são duas faces de uma mesma moeda. E, aproveitando um grito frequente nas Marchas das Vadias, me solidarizo com as prostitutas que lutam por seus direitos: se ser puta é ser livre, somos todxs putas.

*Agradeço a Cida Vieira, presidenta da Associação de Prostitutas de Minas Gerais, quem primeiro me falou do feminismo abolicionista.

PARA SABER MAIS
“Entrevista com uma meretriz”, no blog Escreva Lola Escreva. Parte 1: http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2013/02/entrevista-com-uma-meretriz.html. Parte 2: http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2013/02/o-feminismo-e-empoderador-para.html. Parte 3: http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2013/02/a-prostituicao-que-temos-hoje-pode.html
Feminism, Marriage and the Law in Victorian England, livro de Mary Lyndon Shanley. Capítulo três, “The Campaign to Repeal the Contagious Diseases Acts”.
Obras de Josephine Butler (em inglês).

Leia outros textos de Marcos Visnadi e da seção Instrumental.

viernes, 30 de agosto de 2013

Las leyes sobre prostitución y la muerte de las putas. Artículo Laura Agustín

No importa qué orientación política tengas: los temas de trabajo sexual, explotación sexual, prostitución y trata sexual parecen un nudo gordiano. Mientras escuchas a un grupo de activistas y te crees sus datos de buena fe, todo va bien. Pero al minuto escuchas a otro grupo de activistas con otros argumentos y datos diferentes y las cosas cambian. La forma como estos temas se entrecruzan lleva a contradicciones insostenibles que hacen que todo avance parezca imposible. Lo que predomina son los pulsos y las grescas.
Hace veinte años planteé por primera vez dos cuestiones que siguen inquietándome hoy. La primera se puede responder: ¿qué hace que una mujer que vende sexo sea tratada como descarriada, marginal, incapaz de hablar por sí misma, no merecedora de ser tenida en consideración si habla, invisible como miembro de la sociedad? La respuesta es que carga con un estigma. La segunda cuestión es un corolario de la anterior: ¿por qué la mayor parte de los debates públicos se centran en leyes y regulaciones destinadas a controlar a estas estigmatizadas mujeres en lugar de en reconocer su autonomía? La respuesta a esta segunda pregunta no es tan sencilla.
Me he visto movida a hacer estas consideraciones tras el asesinato de alguien a quien yo conocía, Eva-Maree Kullander Smith, también llamada Jasmine. Matada en Suecia por un ex-pareja enfurecido, Eva-Maree fue también víctima de la muerte social que cae sobre las trabajadoras sexuales, o como prefiráis llamarlas. Inmediatamente después de su muerte, los activistas en defensa de derechos culparon a la ley de prostitución sueca, ley que es promovida en todas partes como la mejor para las mujeres. Mi propia reacción fue un terrible sentimiento de abatimiento al darme cuenta de cómo el concepto de “industria del rescate”, acuñado durante mi investigación del “salvamento” de mujeres que venden sexo, era más adecuado de lo que nunca hubiera pensado.
Los asesinatos de trabajadoras sexuales son atrozmente frecuentes, incluyendo los asesinatos en serie. En Vancouver, Robert Pickton mató hasta 26 entre 1996 y 2001 antes de que la policía se preocupara lo suficiente para tomar cartas en el asunto. Gary Ridgway, convicto de matar a 49 mujeres en los ochentas y  los noventas en el estado de Washington, dijo: “escogía prostitutas porque pensé que podría matar tantas como quisiera sin ser detenido”. Infames declaraciones por parte de la policía y los fiscales  incluyen la del Fiscal General en el juicio de Peter Sutcliffe de 1981 por el asesinato de al menos 13 mujeres en el norte de Inglaterra: “Algunas eran prostitutas, pero quizás la parte más triste de este caso es que algunas no lo eran”. Pudo decir esto a causa de la ubicua creencia de que el estigma aplicado a las mujeres que venden sexo es real, esto es, que las prostitutas son realmente diferentes de las otras mujeres.
Me centro en las mujeres de forma deliberada. Todos los que hacen propuestas políticas en torno a la prostitución son conscientes de que hay hombres que venden sexo, pero no les interesan los hombres, que sencillamente no sufren la desgracia y la vergüenza que cae sobre las mujeres que lo hacen.

Estigma y descalificación

Muchas personas tienen sólo una vaga idea de lo que significa la palabra “estigma”. Puede ser una señal en el cuerpo de una persona  —una marca física o una letra escarlata. Puede ser el resultado de una enfermedad como la lepra,  en cuyo caso la persona afectada no pudo evitar el contagio. A propósito de su selección de víctimas, Sutcliffe dijo que podría decir por la forma como andaban las mujeres si eran o no sexualmente “inocentes”.
El estigma puede ser también la consecuencia de conductas que se considera que implican una decisión, como usar drogas. Para Erving Goffman, las identidades de los individuos se “echan a perder” cuando se revela el estigma. La sociedad procede a desacreditar al estigmatizado —llamándoles desviados o anormales, por ejemplo. Etiquetadas con el estigma, las personas pueden sufrir la muerte social —la inexistencia a los ojos de la sociedad— si no la muerte física en cámaras de gas o asesinatos en serie.
A finales de los noventa me pregunté por qué un grupo de migrantes que aparecía a menudo en los reportajes de los medios y que yo conocía bien personalmente, estaba ausente de la literatura académica sobre la migración. Llegué a entender que las mujeres migrantes que venden sexo eran descalificadas como sujetos de migración, mediante cierto proceso quizás inconsciente por parte de académicos y editores de periódicos. ¿Era tan grave el estigma inherente  a la venta de sexo que era mejor no mencionar en absoluto a estas migrantes? ¿O pensaba la gente que la venta de sexo debería llevar  cualquier cosa escrita en relación a ella a otro terreno, tal como el del feminismo? Cuando envié un artículo a un periódico de migración abordando esta descalificación, La desaparición de una categoría de migrantes: las mujeres que venden sexo, pasaron dos años y medio hasta que fue publicado, probablemente a causa de que el editor no pudo encontrar revisores que quisieran tratar con mis ideas.
De los muchos libros sobre prostitución que leí en aquel entonces, la mayor parte desechaban la posibilidad de que las mujeres que venden sexo pudieran ser racionales, normales, pragmáticas y autónomas. Las excusas seguían un patrón:
  • Las mujeres no entendían lo que estaban haciendo por falta de educación.
  • Padecían falsa conciencia, es decir, la incapacidad de reconocer su propia opresión.
  • Eran adictas a drogas que ofuscaban su cerebro.
  • Habían sido seducidas por chulos.
  • Estaban manipuladas por sus familias.
  • Tenían un daño psicológico, de forma que hacían juicios erróneos.
  • Si eran migrantes, pertenecían a culturas atrasadas que no les daban opciones.
  • Eran coaccionadas y/o forzadas a viajar por malas personas, de forma que no eran auténticas migrantes, y no había que tener en cuenta sus experiencias.
  • Como habían sufrido un lavado de cerebro por sus explotadores, no había que creerse nada de lo que dijeran. 
Esta serie de descalificaciones llevaba a una gran laguna en la literatura de ciencia social y en los medios más importantes, mostrando el poder de un estigma que tiene su propio nombre —el estigma de puta. Dado el deterioro de las identidades de estas mujeres, otros se sentían llamados a hablar por ellas.

 Industria del rescate, regímenes legales y estigma

De la persona que tiene una profesión o que hace una campaña destinada a ayudar a los demás se dice que encarna lo mejor de la humanidad —benevolencia, compasión, desinterés. Pero los auxiliadores asumen identidades positivas muy alejadas de aquellas otras identidades estropeadas por el estigma, y los beneficios se acumulan sobre ellos: prestigio e influencia para todos y empleo y seguridad para muchos. Muchos creen que los auxiliadores siempre saben cómo ayudar, incluso cuando carecen de experiencia personal de la cultura o la economía política en la que intervienen. Lo que yo puse de manifiesto fue cómo, a pesar del gran número de personas dedicadas a salvar prostitutas, la situación de las mujeres que venden sexo no mejora nunca. La Construcción de identidades benevolentes mediante la ayuda a las mujeres que venden sexo fue la clave que desbloqueó mi comprensión de la Industria del Rescate.
Los abolicionistas hablan continuamente de la prostitución como violencia contra las mujeres, establecen proyectos para rescatar a las trabajadoras sexuales e ignoran la disfuncionalidad de mucho de lo que se concibe como “rehabilitación”. El abolicionismo contemporáneo se centra en gran parte en el rescate de mujeres que se dice que son víctimas de trata, poniendo su objetivo en las mujeres transeúntes y migrantes que mencioné antes, mujeres que ahora han desaparecido por completo de los relatos de violencia contra las mujeres. Aunque mucho de esto se pone bajo la bandera del feminismo, es mejor descrito como maternalismo colonialista.
En el abolicionismo clásico, el estigma de puta es considerado consecuencia del patriarcado, un sistema en el que los hombres subyugan a las mujeres y las dividen en buenas, aptas para el matrimonio,  y malas, aquellas que son promiscuas o venden sexo. Si la prostitución fuera abolida, el estigma de puta desaparecería, se dice. Pero los movimientos contemporáneos contra el insulto de puta, la culpabilización de la víctima y la cultura de la violación muestran claramente cómo el estigma de puta es aplicado a mujeres que no venden sexo en absoluto, así que esa pretensión está poco fundada. En cambio, la aversión del abolicionismo hacia la prostitución probablemente refuerza el estigma, a pesar de la degradación de la prostituta al estatus de víctima desde el de transgresora que tuvo una vez.
Bajo el prohibicionismo, aquellos implicados en sexo comercial son penalizados, lo que directamente reproduce el estigma. Bajo este régimen, la mujer que vende sexo se pone deliberadamente al margen de la ley, lo que, curiosamente, le proporciona cierta autonomía.
Para los defensores de la despenalización de todas las actividades de sexo comercial, la desaparición del estigma de puta derivaría del reconocimiento y normalización de la venta de sexo como trabajo. Todavía no sabemos cuánto tiempo tardará en desaparecer el estigma en aquellos lugares donde algunas formas de trabajo sexual han sido despenalizadas y reguladas: Nueva Zelanda, Australia, Alemania, Holanda. Dada la potencia del estigma en todas las culturas, una esperaría que disminuyera de forma desigual y con una velocidad lenta aunque constante, como ha ocurrido y sigue ocurriendo con el estigma de la homosexualidad en todo el mundo.

Las leyes sobre la prostitución y las moralidades nacionales

Expliqué in extenso mi escepticismo acerca de las leyes sobre la prostitución en un artículo académico,  El sexo y los límites de la ilustración: la irracionalidad de los regímenes legales para controlar la prostitución. Todas las leyes sobre la prostitución están concebidas como métodos para controlar a las mujeres que, antes de que se implantaran las ideas de victimización, eran consideradas figuras poderosas y peligrosas asociadas con rebelión, revuelta, carnaval, subversión, poder espiritual e inmoralidad calculada. Los debates sobre las leyes acerca de la prostitución, en cualquier lugar en que tengan lugar, tratan acerca de cómo manejar a las mujeres: ¿es mejor permitirlas trabajar en la calle o limitarlas a espacios cerrados? ¿A cuántos locales de lap-dancing habría que conceder licencia y dónde deberían estar situados? ¿En los burdeles, con qué frecuencia deberían ser examinadas las mujeres para controlar las infecciones de transmisión sexual? La retórica de ayudar y salvar que rodea a estas leyes contrasta con los esfuerzos del Estado por controlar y castigar; la primera estación para las mujeres detenidas en redadas en burdeles o rescates de víctimas de trata es una comisaría de policía. Las leyes sobre prostitución generalizan los supuestos de peores casos, lo que lleva directamente al abuso de la policía en la mayoría de los casos, que no son tan graves.
En teoría, bajo el prohibicionismo las prostitutas son detenidas, multadas, encarceladas. Bajo el abolicionismo, que permite la venta de sexo, un fárrago de leyes, ordenanzas y regulaciones da a la policía una miríada de pretextos para hostigar a las trabajadoras sexuales. El regulacionismo, que quiere mitigar el conflicto social legalizando algunas formas de trabajo sexual, considera las formas no reguladas como ilegales (y raramente garantiza derechos laborales a las trabajadoras). Pero las excentricidades abundan por todas partes, convirtiéndose en una burla de esas leyes teóricas. Incluso la abierta y permisiva industria del sexo japonesa prohibe la “prostitución”, definida como sexo coital. Y en años recientes ha surgido una ley híbrida que hace ilegal pagar por sexo a la vez que permite venderlo. Sí, es ilógico. Pero la contradicción no carece de sentido; está ahí porque el objetivo de la ley es hacer desaparecer la prostitución debilitando el mercado mediante una absurda ignorancia de cómo funcionan los negocios del sexo.
La discusión de las leyes sobre la prostitución tiene lugar en contextos nacionales donde la retórica a menudo se remonta a las nociones esencialistas de moralidad, como si en este mundo ampliamente intercomunicado, de cultura híbrida, fuera todavía posible hablar de un auténtico carácter nacional, o como si los valores del “padre fundador” debieran definir a un país para siempre. Un interviniente en la reciente vista del Tribunal Supremo canadiense sobre la ley de prostitución argumentó que la despenalización desafiaría los valores fundacionales de “la comunidad canadiense”: “que las mujeres requerían protección frente a la actividad sexual inmoral en general y a la prostitución en particular” y “una fuerte desaprobación moral de la prostitución en sí misma, con vistas a promover la igualdad de géneros”. El enfoque nacional choca con las campañas antitrata, que no sólo dicen utilizar la ley internacional, sino que patrocinan intervenciones imperialistas de ONGs occidentales en otros países, sobre todo en Asia, con los Estados Unidos asumiendo un familiar papel de entrometidos con respecto del resto del mundo.

Igualdad de género, feminismo de Estado e intolerancia

En la actualidad se acepta de forma rutinaria que la igualdad de género es un principio valioso, pero el término es tan amplio y abstracto que tras él se oculta una hueste de ideas diversas, contradictorias e incluso autoritarias. La igualdad de género como objetivo social deriva de una tradición de valores feminista burguesa acerca de por qué hay que esforzarse y cómo hay que comportarse, en particular por lo que se refiere al sexo y la familia. En esta tradición, las parejas comprometidas por amor que viven con sus hijos en familias nucleares son los ciudadanos ideales de la sociedad, que deberían también endeudarse para comprar casas y conseguir educaciones universitarias, emprender “carreras” vitalicias y someterse a los gobiernos elegidos. Aunque muchos de estos valores coinciden con las medidas gubernamentales de larga duración encaminadas a controlar la sexualidad y la reproducción de las mujeres, cuestionarlos es visto con hostilidad. Lo que se supone es que los estatus quo gubernamentales nacionales serían aceptables sólo con que las mujeres tuvieran en ellos igualdad de poder.
La igualdad de género comenzó a ser medida por la ONU en 1995 sobre la base de indicadores en tres áreas: salud reproductiva, autonomía y mercado laboral. Hay infinidad de argumentos en torno a todos los conceptos implicados, siendo vistos por muchos como favorecedores de un concepto occidental de “desarrollo humano” ligado a los ingresos. (Cómo definir la igualdad es también una cuestión controvertida). Hasta hace un par de años, el índice se basaba en el ratio de mortalidad maternal y en la tasa de fertilidad de adolescentes (para la salud), reparto de escaños parlamentarios por sexos más nivel de educación secundaria/superior (para autonomía) y participación de las mujeres en la fuerza de trabajo (para las cuestiones laborales). Con estos indicadores, que se centran en una estrecha gama de experiencias vitales, los países del norte de Europa alcanzan la máxima puntuación, lo que lleva al mundo a mirar hacia ellos en busca de ideas progresivas acerca de la igualdad de género.
En estos países se manifiesta cierto grado de feminismo de Estado: la existencia de puestos en el gobierno con el cometido de promover la igualdad de género. No sé si es inevitable, pero es ciertamente general que la política promovida desde tales puestos termina siendo intolerante hacia diversos feminismos. Las feministas de Estado simplifican asuntos complejos mediante pronunciamientos presentados como el modo feminista definitivo y correcto de entender cualquier tema de que se trate. Aunque aquellas personas nombradas para tales puestos deben demostrar experiencia y formación, deben ser también conocidas de las redes sociales influyentes. No es de extrañar que muchas personas nombradas para tales puestos provengan de generaciones para las que el feminismo significó la creencia de que todas las mujeres de todas partes compartían una identidad y una visión del mundo esenciales. A veces esto se manifiesta como feminismo extremista, fundamentalista o autoritario. Suecia es un ejemplo.

Suecia y la prostitución

La población de tan sólo nueve millones y medio de personas está dispersa por una gran extensión de territorio, e incluso la mayor ciudad es pequeña. En la historia de Suecia se buscó pronto la eliminación de la desigualdad social (las diferencias de clase), y hoy día la mayor parte de la gente tiene el aspecto de clase media y actúa como tal. La corriente principal es muy amplia, mientras que las márgenes sociales son estrechas, estando casi todo el mundo empleado y/o apoyado por diversos programas gubernamentales. Aunque la utopía sueca del Folkhemmet —el “hogar del pueblo”— nunca se alcanzó, sobrevive como un símbolo poderoso y  un sueño de consenso y paz. Casi todas las personas creen que el Estado sueco es, si no realmente benevolente, al menos neutral, incluso reconociendo sus imperfecciones.
Tras el fin de la mayor parte de las diferencias de clase, se tomó como objetivo acabar con la desigualdad basada en el género (las diferencias raciales/étnicas eran un tema menor hasta el reciente aumento de la inmigración). La prostitución se convirtió en tema de investigación y publicaciones del gobierno a partir de los años setenta del pasado siglo. Durante los noventas, la erradicación de la prostitución llegó a ser vista como una condición necesaria para la conquista de la igualdad hombre-mujer y realizable en una sociedad pequeña y homogénea. La solución que se vio fue prohibir la compra de sexo, conceptualizada como un delito masculino, a la vez que se permitía la venta de sexo (ya que las mujeres, en tanto que víctimas, no deben ser penalizadas). El vehículo principal no consistiría en detenciones y encarcelaciones, sino en un sencillo mensaje: en Suecia no queremos prostitución. Si estás implicadx en la compra o venta de sexo, abandona esta conducta nociva y ven a unirte a nosotrxs en una sociedad igualitaria.
Dado que la idea de que la prostitución es nociva ha perfundido la vida política durante décadas, negarse a aceptar tal invitación puede parecer algo equivocado y perverso. Acabar con la prostitución no se ve como una imposición de dictadoras feministas sino, al igual que el objetivo de acabar con las violaciones, como una necesidad obvia. Para muchos, la prostitución aparece también como algo incomprensiblemente innecesario en un Estado en el que hay tan poca pobreza.
Estas son las actitudes cotidianas que probablemente compartían los trabajadores sociales que entraron en contacto con Eva-Maree. No conocemos los detalles de la batalla por la custodia de sus hijos que había llevado a cabo durante años contra su ex-pareja. No sabemos lo competentes que eran una y otro como progenitores. Ella contó que los trabajadores sociales le dijeron que no comprendía que se estaba haciendo daño a sí misma vendiendo sexo.  No existen protocolos escritos que decreten que las prostitutas no pueden tener la custodia de sus hijos, pero todos los padres son sometidos a evaluaciones, y el estigma de puta no pudo dejar de afectar a sus juicios. Para los trabajadores sociales, la identidad de Eva-Maree estaba estropeada, estaba desacreditada como madre en el terreno psico-social. Ella había insistido en tratar de obtener los derechos de madre y había logrado avances con las autoridades, pero su ex-pareja estaba furioso ante el hecho de que una escort pudiera obtener cualquier derecho e hizo todo lo que pudo para impedir que ella viera a sus hijos. El procedimiento de custodia establecido se infringió el día que ella murió, ya que los procedimientos establecidos no permiten que los padres en disputa se junten durante las visitas supervisadas con niños.
En un informe de 2010 evaluando la ley que penaliza la compra de sexo, se menciona el estigma en referencia a la respuesta que recibieron de algunas trabajadoras sexuales:
Las personas que están explotadas en prostitución refieren que la penalización ha reforzado el estigma de vender sexo. Explican que ellas han elegido prostituirse a sí mismas y no sienten que estén siendo expuestas involuntariamente a nada. Aunque no es ilegal vender sexo, se sienten perseguidas por la policía. Sienten que se les niega autonomía en la medida en que sus acciones son toleradas, pero su voluntad y su elección no son respetadas. 
El informe concluye que estos efectos negativos “deben ser vistos como positivos desde la perspectiva de que el propósito de la ley es ciertamente combatir la prostitución”. Para aquellos obsesionados por la muerte de Eva-Maree, estas palabra suenan crueles, pero fueron escritas para un documento que intentaba evaluar los efectos de la ley. Los evaluadores no habían conseguido pruebas fiables de que la ley hubiera tenido ningún efecto, así que un aumento del estigma era al menos una consecuencia.
¿Ha conseguido este estigma que algunas mujeres —que de no ser por él lo habrían hecho—hayan renunciado a vender sexo y algunos hombres a comprarlo? Tal vez, pero es un resultado que ninguna evaluación pudo demostrar. El informe, en su original en sueco de 295 páginas, se compone en cambio de antecedentes históricos, repetitivas descripciones del proyecto y pormenores administrativos. Las afirmaciones que se hicieron más tarde en el sentido de que la trata ha disminuido bajo esta ley son también imposibles de demostrar, ya que no existen estadísticas previas a la ley con las que hacer comparaciones.
La lección no es que la ley sueca ocasionó un asesinato o que cualquier otra ley lo habría evitado. El estigma de puta existe en todas partes y bajo todas las leyes de prostitución. Pero de la ley sueca se puede decir que ha dado al estigma de puta una nueva racionalidad para los trabajadores sociales y los jueces: el sello de la aprobación gubernamental de un prejuicio inveterado. La ira de la ex-pareja contra el hecho de que ella se hiciera escort puede derivar en parte de su origen ugandés, pero Suecia no le estimuló a ver a Eva-Maree de una forma más respetuosa.
Algunos dicen que su asesinato es tan sólo otro claro acto de violencia machista y de defensa de privilegios realizado por un hombre que quería que ella fuera descalificada para ver a sus hijos. De acuerdo con este punto de vista, la ley se considera progresista porque combate la hegemonía masculina y promueve la igualdad de género. Esto es lo que más irrita a lxs defensorxs de los derechos de las trabajadoras sexuales: que el “modelo sueco” sea presentado como una solución virtuosa a todos los viejos problemas de la prostitución, en ausencia de cualquier prueba. Pero para aquellxs que comparten la ideología antiprostitución, la presencia o ausencia de pruebas carece de importancia.
El tratamiento que los medios dieron a estos incidentes reproduce el estigma con variaciones según las condiciones locales. La prensa sueca más importante no mencionó que Eva-Maree era una escort, porque haberlo hecho habría parecido que era culparla y ensuciar su nombre. En el caso de los asesinatos en serie de Ipswich (Inglaterra) la continua mención a la condición de prostitutas de las víctimas llevó a los padres de éstas a pedir que se usara el término “trabajadoras sexuales”. De un grupo de mujeres muertas en Long Island (Nueva York) se habló como si fueran casi “intercambiables —almas perdidas que se habían ido, en cierto sentido, mucho antes de que desaparecieran de hecho” (Robert Kolker, New York Times, 29 de junio de 2013). Una mujer asesinada recientemente cerca de Melbourne (Australia) fue llamada “la prostituta de St Kilda”, en vez de “trabajadora sexual” o incluso, sencillamente, “mujer”, en un lugar donde el concepto de trabajo sexual está en un camino lleno de baches hacia la normalización. Estoy hablando aquí de los medios importantes, cuyos artículos online se reproducen una y otra vez en internet, martilleando los estereotipos.
Los editores que añaden fotos a los artículos que tratan de la industria del sexo usan arquetipos: mujeres inclinándose sobre las ventanillas de los coches, sentadas en sillas de bar, de pie en medio del tráfico —resaltando las piernas, las medias y los tacones altos. Los editores hacen eso no porque sean demasiado vagos para buscar otras fotos sino para mostrar, antes de que leas una sola palabra,  de qué tratan realmente los artículos: mujeres cuyo uniforme es el distintivo de una mancha interior. Igualmente, cuando los escritores y los editores usan el lenguaje estereotipado de un “mundo secreto”, “lado oscuro”, “infancias robadas”, “calles de mala muerte” y “fruto prohibido” no están tan sólo siendo sensacionalistas, sino apuntando al estigma: De esto es de lo que realmente trata esta noticia —del asqueroso y peligroso pero también eterno y emocionante mundo de las putas.

Cortar el nudo gordiano

No hace mucho fui invitada a hablar en la Feria de Libros Anarquista de Dublín sobre el tema del trabajo sexual como trabajo. El anuncio en Facebook provocó que algunxs despotricaran con violencia: traerme era antifeminista, contrario al socialismo y una traición al anarquismo. Yo escribí Hablar de trabajo sexual sin ismos para explicar por qué no discutiría los argumentos feministas en mi corta charla en Dublín. No estoy personalmente interesada en utopías y tras veinte años en la palestra la verdad es que sólo quiero discutir de cómo mejorar las cosas en el terreno práctico, aquí y ahora. Ninguna ley de prostitución puede abarcar la proliferación de negocios que existe en la industria del sexo de hoy en día o calcular los muchos grados de voluntariedad y satisfacción entre las trabajadoras. Las relaciones sexuales no pueden ser “determinadas” mediante una política de igualdad de género. Si yo fuera Alejandro delante del nudo lo cortaría así: a partir de este momento, todas las conversaciones comenzarán con la premisa de que no estaremos de acuerdo en todo. Buscaremos una diversidad de soluciones que se adapten a la diversidad de creencias, y no competiremos sobre qué posición ideológica es la mejor. Y lo más importante, daremos por supuesto que lo que todas las mujeres dicen es lo que quieren decir.

Fuente: http://elestantedelaciti.wordpress.com/2013/08/30/las-leyes-sobre-la-prostitucion-y-la-muerte-de-las-putas/

miércoles, 17 de julio de 2013

Usos de l‘estigma. El paper de la prostitució en la revalorització urbanística de la illa robador a la ciutat de Barcelona

Miquel Fernández
Membre del Grup de Recerca sobre l'Exclusió i el Control Socials (GRECS), Universitat de Barcelona

Resum

Aquest article vol implementar la ingent bibliografia sobre la “regeneració urbanística” del Raval. En aquest sentit, pretén descriure els usos dels processos d'estigmatització sobre un barri, una zona, i una manera de procurar-se la subsistència, la prostitució de carrer. La investigació s'ha centrat en una part del barri del Raval, el carrer d’en Robador. S'interpretarà la manera com es produeix i reprodueix l'estigma sobre el barri i sobre la prostitució i el seu servei a l'hora de permetre i justificar contundents intervencions urbanístiques. El text està dividit en tres parts: un somer preàmbul històric sobre el lloc, més dues parts que resulten el gruix del l'exposició. La primera d'elles analitza les representacions actuals sobre el lloc. S'exposa la manera com es defineix des de les institucions polítiques i la premsa, un barri que porta més de trenta anys de dràstiques intervencions urbanístiques. Aquesta part es complementa amb un petit anàlisi historiogràfic que dóna compte dels oblits recurrents sobre aquell espai i la societat que el composava. Finalment, es contrasta l'anàlisi de les imatges i discursos produïts sobre el barri, amb la descripció i anàlisi etnogràfica sobre les prostitutes del carrer d'en Robador.

Paraules clau: Raval, regeneració urbanística, estigma, prostitució de carrer, mite, barri xino.

Abstract

This article makes use of the extensive literature on "urban renewal" in Barcelona's Raval in order to account for the stigmatization of this urban district, and of a way of earning a living there: street prostitution. Based on research on and in a particular street in this neighborhood, the Carrer d'en Robador, it explains both how these forms of stigma are produced and reproduced, and the role of stigma in enabling and justifying the many significant urban planning projects carried out in the Raval over more than three decades. The text is divided into three parts: a historical overview of the Raval, and two sections that comprise the central discussion. The first of these analyzes current representations of the Raval in the media and in political discourse. This is followed by a brief historiographic exploration of successive erasures of memory concerning this neighborhood both as urban place and space, and as a social world. The article concludes with a comparative analysis of popular images of and political discourses on the Raval, and an ethnographic account of street prostitutes working in Carrer d'en Robador.
Key words: Raval, urban renewal, stigma, street prostitution, myth, Barri Xino.
Arxius relacionats:
Quaderns_e17(2)_article6.pdf (162Kb)

jueves, 4 de abril de 2013

"Putas de sobresaliente" Eladio Ruano, trabajador social

“Treinta años de prostitución marcan, estragan el cuerpo y el alma y os dan, también, un inmenso amor a la vida, respeto humano por el sufrimiento del Otro, por su soledad, por su desesperación al ser privado de mujer y de ternura, por sus propios fracasos, que se unen a los vuestros, y si el más allá existe deseo danzar al son de músicas gitanas, beber alcoholes maravillosos, y reencontrarme con mis hombres, aquellos que he amado, aquellos que he odiado, ayudado, aliviado, esperado, atendido, rechazado, reconfortado y tenido por encima de todos los prejuicios, los tabúes, las hipocresías de esta moral enferma e inhumana que no me ha matado, de la que simplemente me he evadido hacia una mayor libertad, arriesgando mi vida.”

Grisélidis Réal (1929-2005), escritora, pintora y prostituta, según reza su epitafio en el cementerio de los Reyes en la ciudad de Ginebra.
La licenciatura ha sido una de las reivindicaciones históricas del colectivo de trabajadores sociales y finalmente ha llegado con la implantación del Grado en Trabajo Social. Considero que la mayor capacitación profesional redunda en la mejor atención de las personas a las que nos dirigimos, un aumento en la calidad de los servicios que ofrecemos y un mayor reconocimiento de nuestra profesión.

Me alegra poder decir que… ¡ya soy graduado! Y como este mes me he propuesto hacer entradas positivas, la raíz de la mandrágora debe de estar conspirando para que el viento sople a mi favor. Recordemos que esta planta es mágica: pide y te dará.

La experiencia de volver a la Universidad (aunque nunca me fui del todo) con muchas dificultades, ha sido enriquecedora. Ha habido obstáculos pero los problemas nos hacen fuertes y nos dan la oportunidad de aprender y crecer. Además el tema que me tocó en suerte para mi Trabajo Fin de Grado me apasiona. Y pasión es lo que hay que ponerle a la vida.

Aunque decir mi nota me da cierto pudor, me viene muy bien para homenajear a las mujeres valientes que he “observado” con lupa durante estos meses. A ellas. Las putas valientes a las que sin duda alguna debo mi sobresaliente.

Ellas sí se lo merecen y por ellas me alegro tanto. Merecen un sobresaliente por lo que aguantan, por lo que callan, porque lloran, ríen, sufren, disfrutan y sienten. Porque sueñan, desean, hacen planes y navegan entre las aguas bravas de esta sociedad que las estigmatiza como malas mujeres, traidoras del género, putas. Muchas mantienen a sus hijos, a sus padres, a sus maridos… aunque difícilmente se mantienen a ellas mismas. Fundamentalmente son mujeres libres y oprimidas al mismo tiempo. La sociedad y las leyes no las apoyan, ni a las esclavas de las mafias ni a las putas libres. Hipocresía social y legal en tiempos globales.

Desde este rincón 2.0 quiero hacer un pequeño homenaje y dar las gracias a quienes han decidido escribir sobre ellas. Han sido meses en los que he leído mucho: libros, textos y documentos variados con posicionamientos muy diversos. Y entre ellos me quedo con las historias personales, porque ellas también hablan de su propia vida: Montse, Somaly, Valerie, Marta Elisa… porque hablar en primera persona no es fácil y como trabajador social valoro muchísimo el testimonio personal. Los demás debemos callar, para escuchar cuando ellas hablan.

No he estado solo, he contado con mucha ayuda en este tiempo, así que quiero dar las GRACIAS a las personas e instituciones relacionadas con el complejo y apasionante mundo de la prostitución que me han ayudado en esta tarea. Mis compañeras de trabajo que han colaborado y aportado muchas cosas (sobre todo calidad, humana y profesional, y porque siempre me cuidan mucho), el Comité Antisida de Zamora que me ha aportado mucho material y donde he aprendido casi todo lo que sé sobre prostitución (y donde además he aprendido en qué consiste la vida, gracias chicas, siempre seréis geniales). Entre los implicados directos, mi agradecimiento especial a Montse Neira que ha contribuido mucho al trabajo (más de lo que ella puede llegar a imaginar) y de la otra parte a un asiduo de estos servicios y defensor de la causa que tomó la iniciativa de contactar conmigo al saber que estaba interesado en este tema, gracias también César. Hay más… pero aquí lo dejo.

Hablo siempre de mujeres porque mi trabajo lo he centrado en la prostitución femenina, pero hago extensible la dedicatoria a todas las personas que por el motivo que sea utilizan su cuerpo como herramienta de un trabajo muy controvertido aunque siempre haya existido, también son de sobresaliente porque se salen de lo cotidiano. Espero continuar trabajando en este tema y que se abran  nuevas vías de colaboración con la Universidad. Necesitamos crear espacios de debate desde lo que nos une en lugar de buscar la confrontación constante.

Para terminar quiero hacer un reconocimiento al trabajo que realiza el colectivo Hetaira en Madrid, que también me han aportado material de reflexión.

P.D. Mis chicas favoritas también han colaborado lo suyo, han leído mi trabajo y han sufrido mis desvelos: Raquel, Fátima, Eva, Rosi… gracias!!!

sábado, 9 de febrero de 2013

Consecuencias la falta de alfabetización en la trata de seres humanos y la industria del sexo

El concepto decimonónico de trata, que se creó para hacer frente a los abusos contra las mujeres inmigrantes en la industria del sexo, adoptó involuntariamente una noción muy sesgada hacia la moral. En esencia, dividió a las mujeres entre víctimas inocentes que necesitan ser rescatadas y culpables de las que se puede abusar con impunidad. Creó también matices racistas y nacionalistas. Este concepto anticuado impide cualquier esfuerzo serio por afrontar los auténticos abusos de derechos humanos que tienen lugar.
 http://dornsife.usc.edu/news/stories/1320/prosecution-to-empowerment/
 

Prosecution to Empowerment

USC Dornsife takes a leadership role in finding solutions to human trafficking, beginning with an international conference that drew 200 participants.

By Pamela J. Johnson
February 6, 2013
This woman in her early 20s was trafficked into a blue jean sweatshop in Thailand, where she and others were locked in and made to work 20 hours a day, sleeping on the floor, with little to eat and no pay. She managed to escape and was brought to the government-run Baan Kredtrakarn shelter in Bangkok. After telling her story to the director, the police were informed and they raided the sweatshop, freeing 38 young women, ages 14 to 26. Photo by Kay Chernush for the U.S. State Department.
This woman in her early 20s was trafficked into a blue jean sweatshop in Thailand, where she and others were locked in and made to work 20 hours a day, sleeping on the floor, with little to eat and no pay. She managed to escape and was brought to the government-run Baan Kredtrakarn shelter in Bangkok. After telling her story to the director, the police were informed and they raided the sweatshop, freeing 38 young women, ages 14 to 26. Photo by Kay Chernush for the U.S. State Department.
Emblematic of the shallow level of dialogue taking place concerning human trafficking is the “celebritization” of the global crisis, panelists said during a recent international conference organized by USC Dornsife.
Here is a telling excerpt from a United States congressional session on “Enhancing the Global Fight to End Human Trafficking”:
Congressman: “While my wife of 56 years considers you devastatingly handsome, I think your true beauty lies inside.”
Ricky Martin: “Thank you very much.”
The pop singer, who spoke before congress as an expert on the subject, was asked to offer steps toward a solution.
Martin: “We must enforce the laws against human trafficking by providing children and their families with the opportunity to live safely and peacefully. We must educate children and families about the dangers of trafficking. We must provide resources and services to reintegrate and rehabilitate victims of these practices. We must prosecute and punish the traffickers.”
Martin had just recited from the Trafficking Victims Protection Act of 2000 that congress members themselves had written — known as the three P’s: provide resources, prosecute and punish.
“The celebrity interest in the issue is emblematic of a number of things: The top down approach to trafficking, the shallow interest and particularly the pithy elevator pitch approach that the public and policy and lawmakers encourage and endorse with regard to human trafficking solutions,” said panelist Dina Haynes, professor at New England Law in Boston, Mass., who shared some celebrity congressional testimonials she had researched.


Dina Haynes, professor at New England Law (center), discusses the “celebritization” of human trafficking, while panelists Kate Francis of The Asian Foundation (left) and Janie Chuang of American University, listen. Photo by Zhaoyu Zhou.
“These pithy elevator pitches feed and are responsive to the voyeuristic interest from the public and congress members as well,” Haynes said.
The all-day Feb. 2 conference held at the Davidson Conference Center at USC drew more than 200 students, scholars, social workers and legal advocates from as far as Australia and the Netherlands.
It marked the start of the new leadership role USC and USC Dornsife is taking in providing alternative frameworks and solutions to human trafficking — which is considerably larger than prostitution, and includes domestic, garment, agricultural and other oppressed workers.
The keynote speaker was Marjan Wijers, an independent researcher, consultant and trainer in human rights, human trafficking, sex workers and women’s rights, based in the Netherlands. She said that the 19th-century concept of trafficking, which was created to address abuses of migrant women in the sex industry, unwittingly adopted a highly morally biased notion. In essence, it divided women into innocent victims in need of rescue and guilty ones who can be abused with immunity. It also created racist and nationalistic overtones. She said this antiquated concept impedes any serious effort to address the true human rights abuses taking place.
Sponsored by the Center for the Study of Immigrant Integration (CSII) led by Manuel Pastor, professor of American studies and ethnicity, and Ange-Marie Hancock, associate professor of political science and gender studies in USC Dornsife, the conference was also funded by USC Dornsife 2020, Department of Sociology and Center for International Studies.
“The conference was a resounding success,” said Rhacel Salazar Parreñas, professor and chair of sociology and professor of gender studies, who organized the conference with Alice Echols, professor of English, history and professor and chair of gender studies. The conference was also funded by USC Dornsife’s Center for Feminist Research, which Echols directs.


More than 200 students, scholars, social workers and legal advocates from as far as Australia and the Netherlands attended the conference. Photo by Zhaoyu Zhou.
“Participants repeatedly raised the problem of the lack of reliable data on human trafficking,” Parreñas said. “Panelists also discussed the existence of competing definitions of trafficking among the largest stakeholders — and in the process admitting the challenges of developing solutions.”
During a discussion moderated by Echols, panelists broached the historical debate over the relationship between trafficking or non-trafficking and forced labor. The International Labour Organization (ILO) has only recently broadened its definition of trafficking to concede that not all forced labor is a result of trafficking. For example, debt bondage occurs when a worker agrees to provide labor in exchange for a loan, but the relationship develops into bondage as the employer adds more and more debt to the exchange.
“So there’s hope in deepening our understanding of the nature of coercion,” said panelist Janie Chuang, associate professor of law at American University in Washington, D.C. “Part of the problem is the product of ‘celebritization’ but also the product of the desire to frame trafficking as a slavery issue. I take issue with using the term slavery as it applies to trafficking. I get that it galvanizes indignation and gets people to care. Everybody wants to be a modern day abolitionist, but there are consequences in talking about it in terms of slavery in that it raises public perception of the structure of trafficking. People still think trafficking has to involve some sort of violence.”
Most human trafficking cases do not involve violence, Chuang said, adding that forced labor is often a result of psychological coercion.
“We’re in agreement on that,” said Orlando Patterson, John Cowles Professor of Sociology at Harvard University in Cambridge, Mass. “Psychological violence is violence. It’s the worst kind of violence. It’s to be terrorized into doing something you don’t want to do.”
Connecting the fight on human trafficking with broader movements to empower migrant laborers, the conference addressed how the war on trafficking can become a vehicle for promoting the human and worker rights of migrants. Participants also discussed how to reduce workers’ vulnerability to abuse and how to empower them in the process of labor migration.


Kate Francis of The Asia Foundation chats with students during the conference. Photo by Zhaoyu Zhou.
Extending far beyond sex work, panelists discussed a wide range of workers, including agricultural, domestic and garment workers. The conference brought attention to a vast array of migrants who are susceptible to trafficking not because of the nature of their occupations, but because of their limited rights as migrants and workers. They include migrant contract workers who labor under conditions of indenture, guest workers denied full citizenship rights and undocumented workers who face the threat of criminal action.
“We used to focus almost exclusively on sex trafficking of women, but in recent years we’ve applied a much more robust gender lens to the issue,” said panelist Kate Francis, associate director of the Women’s Empowerment Program at the The Asia Foundation in Washington, D.C. “We’re now doing a much more complex conceptualization of trafficking that aims to create a safer and supportive environment for migrants.”
One panel discussion concentrated on a migrant justice frame for building a broad consensus and action against human trafficking. Another focused on migrant children coerced into labor and prostitution. Still another centered on sex workers and the impact of campaigns.
“As participants noted, holding a conference focused on the question of ‘rescue’ is the obvious next step,” Parreñas said of her group’s efforts. “Currently, rescue is the dominant solution to trafficking, one advocated by evangelical Christians, abolitionists and Hollywood celebrities. A conference on rescue featuring its defenders and critics is one that needs to happen.”
The effort also includes catapulting USC into a more prominent and central role in the Interdisciplinary Project on Human Trafficking, which is sponsored by Harvard Law School and American University’s Washington College of Law. This group includes leading legal scholars and ethnographers who are promoting a more nuanced understanding of trafficking. The conference at USC was the third public forum hosted by one of its members, and by far the largest.
Organizers are working on editing the conference proceedings, which will be published by Open Society and made available in its Web site by Spring 2014. Additionally, Open Society will print 3,000 copies and distribute them to high schools throughout the U.S.
Echols ended the conference by saying: "We're just now starting to roll up our sleeves."


USC Dornsife's Rhacel Salazar Parreñas (left), Alice Echols and Manuel Pastor organized the event. Photo by Pamela J. Johnson.
 

miércoles, 6 de febrero de 2013

DE LA HETAERA A LA RAMERA: EL VIAJE ALEGÓRICO DE LA PROSTITUTA HACIA LA MODERNIDAD LATINOAMERICANA. Bibligrafía


El presente trabajo investiga cómo el personaje de la prostituta, más allá de

constituir una de las más cristalizadas alegorías en el imaginario de la modernidad, se

sostiene a lo largo de la historia de la literatura occidental como una recurrente

alegoría que se revitaliza en momentos de transformaciones estructurales en la

historia. Si bien la notoria polivalencia y flexibilidad del signo-prostituta la

configuran en uno de los tropos de mayor amplitud de significación en su relación con

la vida moderna, cabe preguntarse de dónde surge esa capacidad semántica de la

protagonista del “oficio más antiguo del mundo”, y cómo se proyecta en la

modernidad de otros horizontes como el latinoamericano
 

lunes, 4 de febrero de 2013

La prostitución como punto de ruptura. Artículo de Andrea Peniche


Para el análisis que pretendemos hacer, es fundamental primero delimitar el concepto de prostitución que manejamos. Prostitución aquí, se entiende como el intercambio de servicios sexuales por dinero, llevados a cabo por mujeres que libremente eligieron esa profesión. Por tanto, en esta discusión, no tiene cabida la trata de personas, ni la prostitución forzada, ni la prostitución de niños y jóvenes. Esas prácticas son criminales y deben ser tratadas como tales.
Dentro del amplio campo del trabajo sexual, me detendré, solamente, en la prostitución heterosexual femenina, abogando por su legalización y reconocimiento como trabajo sexual.
Me impresiona el discurso abolicionista por reconocer en él una alianza extraña y peligrosa entre el conservadurismo puritano y misógino con algún tipo de feminismo e incluso, con alguna izquierda, pero no suscribo tampoco los discursos que celebran la prostitución. Para mi, la cuestión no es tanto si estos comportamientos son o no son políticamente correctos sino si de partida, y según parece, forman parte de las manifestaciones sexuales de algunas mujeres (o constituyen una forma de garantizar los ingresos necesarios para su supervivencia) y por tanto no tenemos derecho a condenarlos. Después de todo ¿por qué habríamos de hacerlo?... ¿porque no nos gustan?, ¿porque no nos convencen?, ¿porque va en contra de nuestras concepciones?... (1). Creo que el reconocimiento del trabajo sexual nos obliga, en primer lugar, a reconocer a las prostitutas como seres humanos con derechos, al mismo tiempo que nos "des-instalamos" del "confort" de la "moral burguesa", con la que, a pesar de todo, nos habituamos a convivir.
¿Podemos hablar las sometidas? (2)
La relación entre el feminismo y las prostitutas, en general, ha sido una no-relación o, en algunos casos, una relación tensa. El debate sobre la prostitución es heredero de los grandes debates acaecidos en los años 80 que enfrentaron a las feministas anti-pornografía con las feministas pro-sexo. El debate sobre la prostitución es, a mi entender y dicho de una forma simplificada, una prolongación de aquella discusión. Por un lado, tenemos a las feministas abolicionistas que ven a las mujeres prostitutas como víctimas del patriarcado, incluso ensayando una nueva normativa en relación con dicha expresión (3).
La consideración del feminismo conservador de que la prostitución constituye una manifestación del poder patriarcal y, por consiguiente, una forma de violencia de genero, coloca a las prostitutas en dos lugares distintos pero ambos despreciables. Por un lado las prostitutas son vistas como traidoras a la causa feminista, dado que destruyen todo el edificio teórico que sacraliza la sexualidad y la encierra en el espacio privado de la intimidad; mientras que, por otro lado, son percibidas como víctimas económicas y culturales, como mujeres que ejercen esta actividad solo porque no tienen otro remedio. Esta visión, a la vez condenatoria y salvadora, encierra a las prostitutas en el espacio de lo infra-humano y de la infantilización cognitiva: son contempladas, o bien como "viciosas", ejemplos de la degeneración de la relación sexual púdica, o bien como mujeres incapaces de tomar decisiones, dentro de las lamentables condiciones de su vida y de tomar el camino hacia una supuesta sexualidad feminista. Pero, yo me pregunto: ¿no es la sexualidad un campo de expresión personal que no debe de ser constreñido?; ¿no propone el feminismo una sexualidad liberada de las constricciones de la moral patriarcal?... ¿qué sentido tiene, entonces, sustituirla por otra normativa?; ¿qué lugar queda para la autonomía y para la libertad de las mujeres cuando se prescribe una sexualidad como la "adecuada"?. Por otro lado, tenemos a las feministas pro-sexo que defienden la búsqueda del placer y del disfrute sexual por la mujer, reconocen la existencia de grandes diferencias entre las mujeres a la hora de expresar su sexualidad y la necesidad de permitir -sin coerciones- las búsquedas personales. Todo esto redunda en una especie de proteccionismo benevolente: las prostitutas son víctimas de una situación económica que las obliga a "la mala vida" y, por consiguiente, la respuesta social debe ser capaz de prevenir su entrada en esa actividad, por un lado y redimir y rehabilitar a aquellas que ya estuvieran en ese mundo, por otro. En este imaginario conservador y "salvador", la decisión de continuar siendo prostituta es ilegítima; las "buenas" prostitutas deben antes confesar su arrepentimiento y pedir ayuda para "dejar la mala vida".
Curiosamente, el debate sobre la prostitución se realiza sin las prostitutas. Kate Millet decía que para discutir sobre la prostitución la única figura relevante era la de las propias prostitutas y que, sin su participación, el debate se convierte en una especie de escolástica.
Comprender como se ven ellas, cuales son las representaciones que hacen de sí mismas y del trabajo que ejercen, es un paso fundamental para abandonar el discurso heterónomo sobre la prostitución. Cuando las prostitutas se asumen a sí mismas y son reconocidas como sujeto de su propio discurso, lo que dicen desectructura las concepciones y los perjuicios que se crean sobre ellas y sobre su trabajo.
Escucharlas permite darse cuenta de que la gran mayoría percibe su actividad como un trabajo. No tienen baja auto-estima, no se ven como víctimas y tampoco sienten que su trabajo sea indigno (4). Si se sienten víctimas, no es por la actividad que ejercen sino por el estigma que las coloca en un lugar social de sometimiento, siendo este estigma, precisamente, el que da lugar a sentimientos ambivalentes hacia su trabajo.
Consideramos a la prostitución como un trabajo, una actividad que se puede ejercer de muchas y diferentes maneras. Pensamos que es muy importante distinguir entre aquellas que lo hacen obligadas por terceros de quienes lo hacen por una decisión individual. Aunque, obviamente, esa decisión esté condicionada por las circunstancias personales, como lo está todo lo que hacemos cualquiera en la vida. Para nosotros, la existencia de la prostitución tiene que ver, no solo con la situación de desigualdad de las mujeres respecto de los hombres, sino también con la pobreza, con las desigualdades Norte-Sur, con la sociedad mercantil, etc. Concebimos a las prostitutas dueñas de toda su dignidad y su capacidad para decidir sobre sí mismas y sobre sus condiciones de vida. Son, en definitiva, trabajadoras a las que se deberían reconocer los mismos derechos que tienen el resto de las trabajadoras. (5)
La ceguera epistemológica establece una dicotomía que coloca a las prostitutas en "otro" lugar, el de la transgresión de la norma, al mismo tiempo que afirma un "Nos" amputado, un "Nos" que no reconoce a las prostitutas como parte de la categoría mujeres, ni tampoco admite que haya prostitutas feministas. Un "Nos" portador de una sexualidad autorizada y que califica la transgresión de esa norma como "pecado patriarcal".
Las trabajadoras sexuales feministas no se sienten avergonzadas de su trabajo. De hecho, se sienten muy orgullosas de no sentir vergüenza y de haber superado tabúes y perjuicios sexuales. No consideran que nadie deba decidir por ellas y sobre si su trabajo es opresivo, perjudicial o humillante. (6)
Para mí, la prostitución nunca ha sido degradante porque siempre he creído que el sexo es algo positivo, ya sea hecho con amor o como un servicio. Cuando es algo que se hace consensuado es positivo. (7)
Así pues, el feminismo debe preguntarse sobre la forma en la que se reproduce la opresión; debe percibir la necesidad de integrar a las trabajadoras sexuales en el feminismo para que éste sea la suma de un proyecto emancipatorio donde tengan cabida todas las mujeres. En verdad, los derechos de las mujeres están inexorablemente ligados a los derechos de las trabajadoras sexuales, aunque solo sea porque el estigma de "puta" se usa para descalificar a cualquier mujer que manifiesta iniciativa sexual o económica.
A través del estigma se aísla a la prostituta y se crea una categoría, la de puta, que nos divide entre putas y no putas; asimismo, se aplica a aquellas que no entran en la categoría en sentido estricto, pero que pueden ser calificadas como tales por diversas razones: por el tipo de trabajo, por el color de su piel, por su clase social, por su sexualidad, por su orientación sexual, por una historia de abusos, por su estado matrimonial o, simplemente, por el estatuto de género. (8)
El reconocimiento del trabajo sexual como actividad profesional saca a las prostitutas del lugar "Otro" y las rescata para un "Nosotras" comprensivo y diverso. Disolver esta frontera permitirá la integración de las prostitutas en el movimiento feminista de la misma forma que obligará al feminismo a romper con la malla estrecha y conservadora de una moral que margina a las prostitutas del discurso y de la propuesta emancipatoria. De la disolución de  la frontera entre las mujeres "buenas" (Nosotras) y las "malas" mujeres (las Otras) debe emerger un nuevo sujeto social diverso y polifónico.
¿y si el género nos aprisionara?
Con frecuencia escuchamos caracterizar la prostitución como "el oficio más viejo del mundo". Esta caracterización sugiere un fijismo histórico que nada tiene que ver con la realidad.
Engels afirmaba que la familia no es una emanación divina sino un producto histórico que ha conocido diversas formas a lo largo de dos siglos. Lo que dice sobre la familia sería también valido para la prostitución.
A pesar de que la prostitución tiene forzosamente que tratar el aspecto de género, centrarse cuasi exclusivamente en él implica perder muchos elementos de una realidad contradictoria y de más complejidad. Por tanto, será necesario buscar en otros conocimientos y ampliar el horizonte de nuestra comprensión.
El papel y la representación social de las prostitutas ha variado a lo largo de las épocas: en la antigüedad era una actividad reconocida y sobre la que no pendía estigma de indignidad o victimización. Las Heteras tenia gran relevancia social y eran, incluso, las mujeres mejor instruidas en Grecia. Frecuentaban libremente el espacio público masculino, participaban en actividades reservadas a los hombres y eran formadas en escuelas donde aprendían literatura, filosofía y retórica. Aspasia, por ejemplo, fue una prostituta admirada por sus cualidades intelectuales.
La moral judeo-cristiana vino a imponer un control férreo sobre la sexualidad en general y sobre la prostitución en particular. Con la Reforma del siglo XVI, el puritanismo pasó a dictar normas sobre las costumbres y la moral. La acción conjunta de las Iglesias Católica y Protestante no acabó con la prostitución, pero la enterró bajo tierra condenándola a la clandestinidad. Fue con la llegada de la Revolución Industrial y el ascenso de la moral y de la familia burguesa, cuando la prostitución dibujó nuevos contornos.
Auguste Bebel, en 1879, afirmaba que a pesar de que la prostitución haya existido tanto en la Antigua Grecia y Roma como en el Feudalismo, es con el Capitalismo cuando se convierte en un fenómeno de masas . Incluso, presentaba datos para analizar la prostitución en términos de clase, explicando que la mayoría de las prostitutas lo eran debido a la pobreza y la necesidad, a pesar de existir una minoría que la practicaba por otras razones. "La prostitución se convierte en una institución social necesaria para la sociedad burguesa, como la policía, el ejercito, la iglesia y la clase capitalista". (9)
La división entre "mujer pública" y "mujer doméstica" es el resultado de la posición de sometimiento de las mujeres y una emanación de la familia burguesa que surgió del siglo XIX. El ideal burgués de familia implicaba esa dicotomía entre las mujeres: de un lado la esposa, mujer decente y virtuosa, sin sexualidad propia, sometida a un deber conyugal que no es recíproco, reina del hogar, de lo doméstico y de la maternidad legítima. Para los hombres, el complemento ideal de esta figura era la prostituta, su reverso: personificación del sexo –mujer viciosa- (…) y encarnación, si ese fuere el caso, de la maternidad ilegítima. En común, esas dos mujeres tienen el hecho de que ambas están al servicio del hombre. (10)
El matrimonio fue, durante mucho tiempo, contemplado como una relación económica de transmisión de propiedad y de tutela sobre las mujeres. Era un rito a través del cual estas pasaban de la tutela del padre a la del marido. La posición de las mujeres en este negocio era el de "socia minoritaria": sin poder, sin voz y sin voto. El matrimonio no era la consumación de una relación de amor sino la respuesta a la necesidad de garantizar la propiedad y salvaguardar su trasmisión, imponiendo para ello reglas de moral y de conducta diferenciadas: la monogamia femenina como forma de control sobre la legitimidad de los hijos-herederos y la tolerancia hacia la poligamia masculina. El matrimonio garantiza "(…) el sustento económico y la protección dados por el hombre a cambio del sometimiento en todos los aspectos y la asistencia sexual y doméstica gratuita dada por la mujer" (11), o sea, garantiza el monopolio sexual del hombre sobre su esposa, considerada de su propiedad, asimilando esta relación contractual al servilismo entre señor/amo y siervo, donde la sometida es totalmente destituida y privada de derechos morales, sociales, sexuales, políticos y legales.
El matrimonio-negocio revela como era entendida la sexualidad femenina: minima o inexistente, pura y marital. Las mujeres eran des-sexualizadas a favor del "hada del hogar" y de la procreadora. La prostitución es, por tanto, un territorio prohibido donde hay mujeres que practican y exploran su sexualidad; es el territorio de los placeres ilícitos: para ellas, que se transforman en seres sexuados, portadoras de deseo, y para ellos, que realizan sus inconfesables fantasías sexuales, sin poner en peligro su identidad social. La existencia de la prostitución representa, en ultima instancia, el reconocimiento cabal de la hipocresía y de la quiebra de la moral sexual burguesa.
Esta diversidad histórica y los discursos que surgirán, a través de la toma de palabra por parte de las prostitutas, muestran que la categoría de género, que ve en la prostitución una manifestación del dominio masculino sobre el cuerpo de las mujeres, es demasiado estrecha para comprender esta problemática en toda su complejidad. La opresión sexual no es la única interpretación posible de la prostitución. Las mujeres no solo tienen derecho a escoger libremente como usar de su cuerpo –sea interrumpiendo un embarazo no deseado, sea comercializando servicios sexuales- sino que también tienen derecho a reivindicar el placer o el sexo como una fuente de ingresos.
Desestabilizar la teoría
En el análisis de Engels, la prostitución es el resultado de la monogamia impuesta. Esta monogamia tiene una base económica y su finalidad es la transmisión de la propiedad y el mantenimiento del linaje. "La monogamia no aparece en la historia (…) como la reconciliación entre el hombre y la mujer y menos aún, como la forma más elevada de matrimonio. Al contrario, surge bajo la forma de esclavización de un sexo sobre otro, como la proclamación de un conflicto entre los sexos (…)". (12)
En la sociedad socialista está, para Engels, la respuesta del futuro: Allí las relaciones serán libres y emanarán del "amor sexual individual" (13), basado en la reciprocidad y en la igualdad de derechos. Este "amor sexual individual", que Engels generosamente anuncia como resultado de la liberación humana, no tiene, sin embargo, ningún respaldo histórico: no ha acontecido en los países de "socialismo real" ni en los países capitalistas que vivieron la segunda ola feminista. Así que, afirmar que el hombre nuevo y la mujer nueva que surgirán del socialismo, libres de los constreñimientos económicos impuestos por los matrimonios de raíz económica y liberados en todas sus expresiones sexuales, construirán una nueva sociedad donde la prostitución no tendrá cabida, y no porque sea reprimida sino porque no será necesaria, no deja de ser conmovedor y a la vez, pueril. Pero y sobretodo, no es bueno proyectar el problema hacia el futuro; debemos enfrentarlo ahora como es ahora y tener políticas concretas para personas concretas.
La imposición de la monogamia como relación autorizada explica, no solo la existencia y el papel social de la prostitución, como demuestra el que este precepto no sirve ni para los hombres ni para las mujeres: "Con la monogamia, aparecen dos figuras sociales constantes y características, hasta entonces desconocidas: el del inevitable amante de la mujer casada y el del marido cornudo. (…) El adulterio, prohibido y castigado rigurosamente, pero irreprimible, se convirtió en una institución social inevitable, junto con la monogamia y el heterismo" (14).
Esta constatación parece autorizar la conclusión de que las sociedades conviven bien con la hipocresía que envuelve las relaciones monógamas, ya sean de raíz económica o se asienten en el más profundo "amor sexual individual". Pero entonces, el problema de la prostitución no reside en que sean relaciones sexuales adúlteras, sino más bien en el hecho de que el sexo sea percibido como mercancía e intercambiado por dinero.
Del mismo modo que la mayoría de las transacciones en el capitalismo, la prostitución se basa en la compra-venta de mercancías o servicios. El sexo es pues convertido en una mercancía, en un bien de las mujeres. Como pregunta la prostituta Margot St. James, "¿Que parte del cuerpo es la que vende usted para pagar sus cuentas? ¿sus dedos de mecanógrafa? ¿Su voz de telefonista?¿El cerebro con el que piensa?... "(16).
Como muchos servicios e industrias productivas capitalistas, la prostitución adopta formas muy diversas, teniendo las prostitutas relaciones diferentes con los medios de producción y con los compradores de servicios sexuales. Muchas ven en la prostitución placer, la vivencia y la manifestación de su sexualidad; muchas otras la contemplan como una fuente de ingresos más. Si unas se realizan profesionalmente, las otras preferirían ejercer alguna otra actividad. Algunas son trabajadoras por cuenta propia y otras asalariadas. Una expresión muy común dice que "las prostitutas venden sus cuerpos". Sin embargo, como ellas explican, lo que venden son servicios sexuales, dado que, al final de la transacción su cuerpo no es propiedad del cliente. Como explicó el propio Marx, "el propietario de la fuerza de trabajo debe venderla sólo por un periodo definido, puesto que si tratase de venderla (…) de una vez por todas, estaría vendiéndose él y se convertiría al hombre libre en esclavo, de propietario de una mercancía pasaría a ser, el mismo, mercancía" (15). Una mercancía es, por lo tanto, el sexo o el servicio sexual y es el cliente quien paga un porcentaje a la trabajadora a través o no de la intermediación de un patrón. La mayor parte de ellas, trabajan de forma independiente, es decir: venden los servicios sexuales directamente. En su mayoría, son trabajadoras precarias y sin ninguna protección social. Sobre todas recae el estigma de la indignidad que las coloca al lado de la transgresión moral y se las desprecia como mujeres, fragilizando, en consecuencia, su posición, en la relación que establecen con los clientes. Sí, a veces, algunos clientes oprimen a las prostitutas, tratándolas de forma degradante y violenta, el Estado, al negarles la dignificación a través del reconocimiento de su trabajo y la protección laboral consecuente, lo hace sistemáticamente (17). El reconocimiento del trabajo sexual es, en ese sentido, la respuesta más justa para la vida concreta de estas mujeres. Sin embargo, ¿puede ser considerado el trabajo sexual igual que los otros trabajos?. Evidentemente que no, puesto que ningún otro trabajo es estigmatizado como la prostitución.
Una de las cuestiones que algunos sectores del feminismo y de la izquierda plantean es que, reconociendo derechos laborales a las prostitutas se está, implícitamente, reconociendo su actividad como legítima, cuando lo que se pretende es cuestionar el sistema patriarcal. Lejos de eso, lo que se pretende legitimar es a las mujeres, hasta ahora deslegitimadas por el trabajo que ejercen, y no al patriarcado.
La prostitución se confronta también con la organización social que prescribe comportamientos y protagonistas diferenciados para las esferas pública y privada (señalada como fuente de opresiones variadas (18)). La sexualidad femenina es, sin duda, una asunto de la esfera privada, del trabajo reproductivo. Ahora bien, si observamos la prostitución desde el punto de vista de las prostitutas y no desde el de sus clientes, percibimos que ellas atraviesan esa frontera: el sexo sale del espacio privado de la intimidad e invade el espacio público y el mercado. Juzgar ésta actividad como indigna sólo se entiende por la aplicación de una moralidad que se autoproclama como superior. Este escrutinio sobre la indignidad o dignidad de una profesión solo sucede con la prostitución. El hecho de ser mayoritariamente ejercida por mujeres y representar una vivencia y una experiencia sexual que escapan a los cánones de lo moralmente lícito, no parece que sea, desde luego, insignificante.
Aunque la creciente sexualización de la vida y de la cultura pudieran conllevar una mayor libertad en las costumbres de las sociedades actuales, sin embargo y paradójicamente, los discursos y los posicionamientos sobre la prostitución parecen anunciar precisamente lo contrario.
Luchar contra el estigma que la sociedad impone a las trabajadoras sexuales, reconociendo y legalizando su actividad es, en último análisis, desestabilizar la teoría y la idea de que existen "buenas" y "malas" mujeres en consonancia de cómo manifiesten su autonomía, sea sexual o profesionalmente. Es hora de dejar de "tirarle piedras a Geni"* porque ella no solo no está "hecha para aguantar"  sino tampoco es solo "buena para escupirla" (19).
*(N.d.T: frase sacada del estribillo de la canción de Chico Buarque: "Geni e o zepelim":
"…
joga pedra na Geni
joga pedra na Geni
ela é feita para apanhar
ela é boa de cuspir
ela dá para qualquer um
maldita Geni
…")


NOTAS:
1 - OSBORNE, Rachel (1989). Las Mujeres en la Encrucijada de la sexualidad. Barcelona: Lasal, Edicions de les Dones.
2 - Cf. SPIVAK, Gayatri (1988). "Can the subaltern speak". En NELSON, Cary e GROSSBERG, Lawrence (eds.), Marxism and the Interpretation of Culture. Londres: Macmillan.
3 - OSBORNE, Rachel (1989). Las Mujeres en la Encrucijada de la sexualidad. Barcelona: Lasal, Edicions de les Dones.
4 - OLIVEIRA, Alexandra (2011). Andar na Vida. Prostituição de Rua e Reação Social. Coimbra: Livraria Almedina.
5 - Hetaira - Colectivo en Defensa de los Derechos de las Trabajadoras del sexo. Disponible en: http://www.colectivohetaira.org/web/
6 - NICOLÁS, Gemma (2005). Planteamientos feministas entorno al Trabajo sexuales.
7 - ALMODOVAR, Norma Jean (1993). Cop to Call Girl: Why I Left the LAPD to Make an Honest Living as a Beverly Hills Prostitute. Nova Iorque: Simon & Schuster.
8 - OSBORNE, Raquel (2000). "En primera persona: las prostitutas, el nuevo sujeto de la prostitución". In Unidad y diversidad. Un debate sobre la identidad de género. Materiales para reflexión. Secretaría de la Mujer de la Federación de Enseñanza de CCOO..
9 - BEBEL, August [2009 (1a ed.: 1879)]. Woman under Socialism. Disponível em: http://www.gutenberg.org/files/30646/30646-h/30646-h.ht
10 - OSBORNE, Raquel (2000). "En primera persona: las prostitutas, el nuevo sujeto de la prostitución". In Unidad y diversidad. Un debate sobre la identidad de género. Materiales para reflexión. Secretaría de la Mujer de la Federación de Enseñanza de CCOO.
11 - PATEMAN, Carole, (1993). O Contrato Sexual. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
12 - Engels, Friedrich [1985 (1 ª ed: 1884.)]. El origen de la familia, la propiedad privada y el Estado. Río de Janeiro: La civilización brasileña. 13 - Ibid.
14 - Ibid.
15 - Marx, Karl (1887). El Capital, vol. 1, p. 88. Disponible en: http://libcom.org/files/Capital-Volume-I.pdf
16 - ST. JAMES, Margot (1989). In PHETERSON, Gail (ed.), Vindication of the Rights of the Whores. Seattle: Seal Press.
17 - MACHADO, Helena (2007). Moralizar para Identificar. Cenários da Investigação Judicial da Paternidade. Porto: Edições Afrontamento. En este libro, la autora concluye que la investigación judicial de la paternidad "es una interrelación compleja, híbrida y difusa entre el sistema de patriarcado, el poder judicial y científica" (p. 223). Las demandas son la expresión de un derecho absolutamente masculinizado y reafirma las desigualdades de género para operar por descalificación / o supresión de la dominación femenina, sobre todo cuando se trata de mujeres cuyas conductas sexual y reproductiva, no obedecen al marco jurídico y social ideal de la mujer (que debería ser fiel, casta y limitar su actividad al espacio privado).
18 - Cf. FRASER, Nancy (1992). "Rethinking the public sphere: a contribution to the critique of actually existing democracy", In CALHOUN, Craig (ed.), Habermas and the Public Sphere, Londres: MIT Press.
19 - Buarque, Chico (1979). "Geni  e o Zepelim". En Opera do Malandro.

Andrea Peniche es miembro del comité de redacción de la revista portuguesa Virus, editada por el Bloco de Esquerda.
Traducción para www.sinpermiso.info: Lola Rivera